Cortes de tarifas pelos EUA serão defendidos com prioridade pela União Europeia ao longo desta semana, em meio a tensões crescentes da guerra comercial EUA-UE. A Comissão Europeia busca reverter a escalada protecionista iniciada pelo governo norte-americano, que pretende dobrar as tarifas sobre aço e alumínio.
As negociações incluem encontros de alto nível em Paris e rodadas técnicas em Washington, com o objetivo de conter impactos sobre o comércio internacional em 2025, proteger investimentos estrangeiros na UE e evitar a ativação de medidas de retaliação comercial pela União Europeia. Além disso, líderes europeus esperam que os cortes de tarifas pelos EUA sinalizem um compromisso mais amplo com o acordo comercial UE-EUA e contribuam para a estabilidade do mercado financeiro europeu.
Comissão Europeia quer evitar nova escalada tarifária
O comissário europeu de comércio, Maros Sefcovic, se reunirá na quarta-feira (5) com o representante dos EUA, Jamieson Greer, em Paris. Em paralelo, equipes da Comissão estarão em Washington, negociando formas de avançar no acordo comercial UE-EUA.
A Comissão afirmou que pretende evitar que o presidente Donald Trump amplie as tarifas sobre aço e alumínio para 50%. As tarifas atuais já afetam diretamente o mercado financeiro europeu, além de reduzir o apetite por investimentos estrangeiros na UE.
A UE tenta evitar o colapso das tratativas e, por isso, suspendeu temporariamente a retaliação comercial à União. Mesmo assim, o bloco já preparou um pacote de contramedidas de até 21 bilhões de euros, que poderá aplicar caso os cortes de tarifas pelos EUA não avancem nas negociações desta semana.
Guerra comercial EUA-UE gera impacto no câmbio e na infraestrutura
O aumento das tarifas tem afetado o câmbio euro-dólar, com o euro sofrendo oscilações devido à instabilidade nas relações transatlânticas. Desse modo, essa volatilidade influencia diretamente os preços de importação e exportação, com efeitos também sobre investimentos em infraestrutura na UE.
Além disso, barreiras comerciais não tarifárias, como exigências regulatórias e padrões técnicos, vêm sendo utilizadas como complemento às tarifas, ampliando os efeitos da disputa.
A continuidade da guerra comercial EUA-UE pode agravar o quadro de desequilíbrio nas contas externas. Portanto, sem avanços concretos nos cortes de tarifas pelos EUA, o superávit comercial da UE, frequentemente citado por autoridades norte-americanas como justificativa para as tarifas, permanece sob pressão.
Cortes de tarifas pelos EUA podem acalmar tensões geopolíticas
A Comissão Europeia reforçou, em coletiva, que fará uma defesa firme por cortes de tarifas pelos EUA, tanto em nível técnico quanto político. Além disso, o bloco acredita que uma solução negociada pode amenizar as tensões geopolíticas entre EUA e UE e abrir caminho para maior estabilidade econômica.
A não redução das tarifas, no entanto, pode acelerar medidas retaliatórias. Ademais, caso os cortes de tarifas pelos EUA não se concretizem, as sanções podem ser ativadas e afetar setores estratégicos como indústria, energia e tecnologia, com efeitos diretos sobre os fluxos de capital e os investidores institucionais no Brasil, que monitoram de perto o cenário externo.