O Índice do Banco Central cai 1,03% em maio, pressionado pela desvalorização generalizada das matérias-primas. Este movimento também se relaciona com o conceito de Índice de Commodities do Banco Central (IC-Br). O resultado é reflexo direto da retração nos preços das commodities agropecuárias, metálicas e energéticas.
Segundo dados divulgados pela própria autarquia, o índice do BC — conhecido como IC-Br — recuou 0,68% no setor agropecuário, 0,61% no segmento de metais e 2,95% na área de energia.
Índice do Banco Central cai e reflete impacto nos preços internos
O índice do Banco Central cai em maio e reforça a tendência de menor pressão inflacionária vinda do mercado externo. Este movimento também se relaciona com o conceito de mercado de commodities e Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
O índice do Banco Central é utilizado para acompanhar a variação de preços das principais commodities relevantes para a economia brasileira. Medido em reais, ele serve como indicador auxiliar da inflação. Além disso, com forte peso do setor agropecuário, que representa cerca de 67% do total, o índice também reflete os movimentos dos mercados de energia e commodities e metais e commodities, que têm peso de 17% e 16%, respectivamente.
Além disso, o desempenho do índice tem influência direta sobre as expectativas de inflação brasileira e, por consequência, sobre as decisões de política monetária, que envolvem a taxa de juros.
Índice do Banco Central cai no acumulado de 2025
Entre janeiro e maio, o índice do Banco Central cai e registra retração acumulada de 8,04%, o que reforça a tendência de alívio inflacionário no curto prazo. Além disso, esse cenário tem forte relação com os preços das commodities no mercado internacional.
Especificamente no acumulado do ano:
- Commodities agropecuárias recuaram 7,59%;
- Commodities metálicas caíram 4,54%;
- Commodities de energia apresentaram queda de 13,36%.
Por outro lado, na comparação com os últimos 12 meses, o IC-Br ainda acumula alta de 13,17%. Esse comportamento é monitorado com base na análise de commodities e comparado com índices internacionais, como o Índice CRB (Commodity Research Bureau).
Variação cambial impulsiona resultado positivo em dólares
Portanto, apesar do recuo em reais, o índice do Banco Central apresentou avanço de 1,09% em maio quando convertido para dólares. Esse resultado está diretamente ligado à dinâmica do câmbio real/dólar.
Esse movimento foi impulsionado pelas altas nos preços internacionais das commodities agropecuárias (1,45%) e metálicas (1,50%). Portanto, já os produtos energéticos registraram queda de 0,85%, compensando parcialmente o avanço dos demais segmentos.
Assim, essa diferença entre os indicadores em reais e dólares ocorre por conta da valorização cambial, que impacta diretamente o cálculo em moeda local e influencia as exportações brasileiras.
Perspectivas para o índice de commodities do BC nos próximos meses
O comportamento do índice de commodities do BC continuará sendo um termômetro importante para avaliar os rumos da inflação no Brasil. Quando o índice do Banco Central cai, especialmente em períodos de retração das commodities, o cenário favorece a estabilidade de preços. Além disso, se os preços internacionais seguirem em queda, há espaço para manutenção da política monetária atual, com possibilidade de cortes na taxa de juros.
Além disso, o desempenho das commodities em reais deve seguir sob influência do câmbio, dos fluxos comerciais e da demanda global. Ademais, fatores climáticos, tensões geopolíticas e projeções de superávit comercial também seguem no radar dos analistas.