O aumento das tarifas sobre o aço nos EUA, anunciado por Donald Trump na última sexta-feira (30/5) e vigente desde esta quarta-feira (4/6), reacende tensões no comércio global. A medida eleva de 25% para 50% as taxas sobre aço e alumínio, em uma estratégia protecionista que visa fortalecer a indústria nacional e manter controle sobre investimentos estrangeiros no setor.
A decisão impacta diretamente grandes exportadores, como Canadá, China e países da União Europeia. Ao mesmo tempo, reforça o alinhamento com empresas importantes, como a U.S. Steel, que anunciou acordo de US$ 14 bilhões com a japonesa Nippon Steel. No entanto, o controle da operação permanecerá nos EUA, com direito de veto governamental — uma proteção explícita à soberania industrial americana.
Reação global ao aumento das tarifas sobre o aço nos EUA
As siderúrgicas europeias, já fragilizadas pela concorrência chinesa e pela perda de 18 mil empregos até 2024, veem na medida uma ameaça à sobrevivência. Reuniões em Paris entre autoridades da OCDE, incluindo representantes dos EUA e da Comissão Europeia, indicam que as negociações podem mitigar os efeitos, mas a cautela predomina entre os líderes empresariais.
No Canadá, maior fornecedor de aço para os EUA, o impacto foi imediato. O setor faturou mais de US$ 25 bilhões em 2024, mas teme não resistir com margens tão pressionadas. A reativação de contra-tarifas está em pauta no governo canadense.
Alta nos importos dos EUA expõem nova estratégia geopolítica
Além do objetivo econômico, Trump busca reposicionar os EUA frente à China. Ao declarar “extrema dificuldade” em negociar com Xi Jinping, o presidente sinaliza ruptura com as políticas de moderação anteriores. Mesmo com o Reino Unido isento da nova tarifa — em função de um acordo comercial em andamento —, o gesto é visto como parte de uma reconfiguração geopolítica mais ampla.
Os aumentos dos tarifas sobre aço nos EUA, que também deve impactar no Brasil, é uma forma de testar os limites do protecionismo em um mercado global interconectado. A resposta internacional, ainda em construção, pode definir os rumos da indústria siderúrgica e do comércio internacional nos próximos anos.