A Câmara dos Deputados de votar ainda nesta segunda-feira (16/06) o requerimento de urgência do projeto que propõe a revogação do aumento do IOF. Com articulação liderada por Pedro Paulo (PSD-RJ), o texto conta com apoio amplo e deve ultrapassar os 300 votos, escancarando o enfraquecimento da base governista no Congresso.
O desgaste não é apenas político. Deputados de partidos com cargos no governo, como Republicanos e União Brasil, reclamam da elevação da carga tributária sem cortes estruturais de gastos públicos. O aumento do IOF e a MP que tributa fundos exclusivos e apostas online ampliaram a insatisfação da base.
Horas antes da votação, a ministra Gleisi Hoffmann e o ministro Rui Costa se reuniram com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), numa tentativa de articulação direta. Segundo Lindbergh Farias (PT-RJ), o acordo é votar apenas a urgência da proposta, adiando o mérito.
Parlamentares cobram cortes de gastos para evitar revogação do aumento do IOF
Mesmo com o esforço de última hora, o governo enfrenta críticas crescentes. A falta de propostas concretas para contenção de despesas e o atraso no pagamento de emendas parlamentares têm provocado desgaste. Deputados apontam desequilíbrio fiscal e insegurança para aprovar novas medidas do pacote econômico. Os setores produtivos também estão pressionando os parlamentares pela revogação do aumento do IOF.
A revogação do aumento do IOF tornou-se símbolo da resistência do Congresso à política arrecadatória sem contrapartida de controle de despesas. O avanço do projeto às vésperas do recesso informal indica que o Executivo precisará rever sua estratégia se quiser garantir apoio a outras pautas sensíveis.