O Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, decidiu nesta quarta-feira (18) manter os juros dos EUA entre 4,25% e 4,50% ao ano, consolidando a quarta reunião consecutiva sem alteração. A decisão unânime reforça a estratégia de cautela da autoridade monetária em meio às incertezas econômicas e geopolíticas. Com isso, o Fed mantém juros dos EUA no patamar mais alto desde 2007, como parte do esforço para controlar a inflação sem sufocar a atividade econômica.
Fed mantém juros dos EUA em meio à tensão comercial
A postura do Fed está diretamente ligada aos riscos globais. O presidente Jerome Powell afirmou:
“Estamos bem posicionados para esperar e obter mais informações sobre a trajetória econômica antes de qualquer mudança”.
Apesar de dados positivos de emprego em abril, o Fomc voltou a destacar o ambiente incerto, influenciado principalmente pelas políticas tarifárias do presidente Donald Trump. Assim, o Fed mantém juros dos EUA nesse patamar por cautela.
Entre os principais fatores de atenção está a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Tarifas de até 145% sobre produtos chineses levaram a retaliações de Pequim, que aplicou alíquotas de até 125%. Mesmo com uma trégua provisória firmada em maio, a retomada de novas tarifas em julho — apelidadas de “Dia da Libertação” — preocupa investidores.
Impactos no Brasil quando o Fed mantém juros dos EUA
Sempre que o Fed mantém juros dos EUA elevados, cresce a pressão para que o Banco Central brasileiro evite cortes na Selic. Essa correlação afeta o fluxo de investimentos estrangeiros, o câmbio e as decisões no mercado de renda fixa. O cenário atual, portanto, influencia diretamente os rumos da política monetária brasileira.
Economistas apontam que, quando o Fed mantém juros dos EUA, o espaço de flexibilização no Brasil fica mais limitado, especialmente diante da necessidade de manter o diferencial atrativo para os investidores internacionais.
Cortes em setembro e metas de longo prazo do Fed
Mesmo com a cautela, o Fomc projeta dois cortes nos juros ainda em 2025, totalizando 0,50 ponto percentual, sendo o primeiro esperado para setembro. No entanto, Powell ressaltou que os movimentos dependerão dos dados econômicos dos próximos meses.
Em comunicado, o Federal Reserve reafirmou seu compromisso com a meta de inflação de 2% e o pleno emprego, ajustando suas projeções para os anos seguintes com expectativa de uma política monetária menos agressiva.
Logo mais, às 18h30 desta quarta-feira, o Banco Central brasileiro divulgará a nova taxa básica de juros, a Selic. Segundo analistas, a taxa poderá ser mantida ou elevada para 15% ao ano.









