Os impactos do aumento da taxa Selic ficaram evidentes após o Banco Central elevar, na quarta-feira (18/06), a taxa básica de juros de 14,75% para 15% ao ano. A decisão, anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), representa um novo esforço para conter a inflação, com efeitos diretos sobre o crédito, o consumo e investimentos e desempregos.
Além disso, a decisão de aumento da taxa Selic foi recebida de forma dividida pelo mercado, está sendo criticada por setores do governo e o banco UBS já projeta que a taxa poderá ser elevada para 15,75% nos próximos meses.
A Selic é o principal instrumento da política monetária brasileira. Quando sobe, o objetivo é desestimular o consumo e o crédito, reduzindo a pressão sobre os preços. Ao mesmo tempo, a medida fortalece o real e atrai investidores para ativos de renda fixa. Esses efeitos fazem parte dos impactos do aumento da taxa Selic, que devem ser acompanhados com atenção pelos setores produtivos e pelo mercado financeiro.
Impactos do aumento da Selic sobre crédito e consumo imediato
O principal reflexo dos impactos do aumento da taxa Selic está no encarecimento dos financiamentos. Famílias com dívidas atreladas ao crédito rotativo ou a compra de veículos já sentem os efeitos da alta. Empresas também reduzem sua capacidade de investir, freando a expansão da atividade econômica.
Segundo o especialista em finanças Pedro Brandão, CEO da CredÁgil, “a elevação da Selic reduz o apetite por consumo e aumenta o desemprego no curto prazo, o que ajuda a conter a inflação, infelizmente. É um remédio amardo aplicado pelo BC”.
Impactos do taxa Selic nos investimentos de risco
Entre os impactos do aumento da taxa Selic, destaca-se o comportamento do investidor. Com a Selic fixada em 15% ao ano, os títulos públicos indexados à taxa básica, como o Tesouro Direto, passam a oferecer retornos mais elevados e com baixo risco. Essa segurança atrai investidores conservadores e até institucionais, provocando uma migração de capital que antes era destinado a ativos de risco, como ações e fundos imobiliários.
A comparação é direta: enquanto o Tesouro oferece rendimento real positivo com liquidez diária, a volatilidade da Bolsa de Valores e os riscos do mercado de fundos imobiliários se tornam menos compensadores diante da taxa elevada.
Renda fixa ganha força frente à Bolsa e fundos com Selic em alta
Além disso, muitos fundos de ações e multimercado têm dificuldade de superar o retorno líquido de 15% ao ano, o que pressiona ainda mais esses produtos. O boletim Focus divulgado pelo Banco Central na segunda-feira (16/06) projeta inflação de 5,2% para 2025. Isso significa que o investidor em Tesouro Selic poderá ter um ganho real estimado de quase 9% ao ano, descontando a inflação — um patamar historicamente elevado para a renda fixa.
Essa lógica também afeta a captação de recursos por startups e empresas inovadoras, que dependem de investidores com apetite por risco.
“Em um cenário de Selic alta, a exigência de retorno desses investidores sobe, o que encarece o capital e reduz a disposição para novos aportes”, disse o CEO da CredÁgil ao Economic News Brasil.
Segundo Brandão, os impactos do aumento da taxa Selic criam um ambiente em que o capital prioriza segurança e retorno garantido, afetando diretamente setores que dependem da disposição ao risco para se desenvolver.
“Este também é um dos impactos do aumento da taxa Selic com efeito prolongado sobre a dinâmica de inovação no país”, completou o espcialista.
A economia brasileira corre risco de colapso? Confira no vídeo.
Impactos do aumento da taxa Selic no capital estrangeiro
A nova Selic pode favorecer a entrada de capital internacional. Pois, com juros mais altos, o Brasil torna-se mais atrativo para investidores externos em busca de rentabilidade. Isso ajuda a conter a volatilidade cambial e sustenta o poder de compra em importações. Assim, esses efeitos externos também fazem parte dos impactos do aumento da taxa Selic, ao influenciar o fluxo de capital e a valorização do real.
Segundo economistas, o BC precisará agir com cautela para evitar retração profunda da economia. Assim, a comunicação clara com o mercado será essencial para manter a confiança.