A prisão do prefeito de Palmas, José Eduardo Siqueira Campos (Podemos), realizada em junho de 2025 pela Polícia Federal, revelou o envolvimento direto do político em uma rede de vazamentos de dados do STF. Um celular funcional de um servidor da Corte foi clonado e utilizado para acessar comunicações sigilosas — fator central na operação Sisamnes, autorizada pelo ministro Cristiano Zanin.
Eduardo Siqueira Campos já exerceu cargos como senador, deputado federal e deputado estadual. Além disso, foi prefeito da capital entre 1993 e 1997, antes de retornar ao cargo. Nesse contexto, a investigação atual reforça o histórico de escândalos envolvendo seu nome.
Prisão do prefeito de Palmas envolve rede de vazamentos e conexões com o TJTO
Além do prefeito, foram presos o advogado Antonio Ianowich Filho e o policial civil Marcos Albernaz. A PF sustenta que o grupo montou uma rede de influência política voltada a frustrar operações, proteger aliados e manipular o sistema de Justiça.
Conversas interceptadas mostram Eduardo Siqueira em contato com Thiago Barbosa, sobrinho do governador Wanderlei Barbosa, discutindo detalhes de operações da PF. A prisão do prefeito de Palmas expôs também vínculos com membros do TJTO, com ramificações nas operações Maet, Fames‑19 e Maximus.
Histórico reforça gravidade da prisão do prefeito de Palmas
O político foi alvo da Operação Acrônimo em 2016, quando prestou depoimento coercitivo após delação de Benedito Oliveira, que relatou pagamento de propina a Siqueira em 2012 — época em que seu pai, José Wilson Siqueira Campos, era governador do estado.
Em 2017, na 3ª fase da Operação Ápia, a PF apontou Siqueira Campos como suposto beneficiário de um esquema de corrupção na Agetrans. Agora, com a prisão do prefeito de Palmas, a Polícia Federal bloqueou bens que somam até R$ 30 milhões, além de documentos e passaportes.
Prisão de Eduardo Siqueira Campos levanta alerta institucional
A prisão do prefeito de Palmas destaca não apenas um caso individual. O episódio acende o alerta sobre articulações ilegais dentro do Estado. A operação também reacende o debate sobre o uso político de cargos públicos para interferir em decisões sigilosas. Além disso, aponta falhas no acesso e controle de sistemas do Judiciário.
Embora a defesa ainda não tenha se manifestado, a PF e o STF mantêm o caso sob sigilo. Mesmo assim, o episódio evidencia como redes políticas organizadas podem explorar brechas institucionais e manipular informações sensíveis.