As ações de consumidores contra os bancos lideram os processos judiciais por relação de consumo no Brasil. O levantamento realizado pelo Jusbrasil revelou que, entre janeiro de 2023 e maio de 2025, foram registradas mais de 1,2 milhão de ações contra instituições financeiras nos Tribunais de Justiça de São Paulo, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia.
Os números reforçam os dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que também indicam Bradesco, Itaú, Caixa Econômica Federal e Santander entre os maiores réus em litígios com clientes.
Volume de ações contra bancos supera todos os outros setores
No total, os cinco estados analisados registraram 4,6 milhões de processos. As principais causas das ações de consumidores contra os bancos envolvem:
- Dano moral: 2.000.000 processos
- Dano material: 1.000.000
- Práticas abusivas: 657.800
- Rescisão de contrato: 288.300
- Cadastro indevido de inadimplentes: 233.700
- Empréstimo consignado: 227.900
Confira o quantitativo por setor do número de ações judiciais dos consumidores no período analisado:
Setor | Processos |
---|---|
Bancos | 1.244.503 |
Outros (categorias variadas) | 620.808 |
Fundos e instituições de crédito | 504.368 |
Companhias aéreas | 266.067 |
Distribuidoras de água, energia e saneamento | 256.595 |
Varejistas | 220.010 |
Telefonia, internet e TV | 186.522 |
Planos de saúde | 130.353 |
Seguradoras | 118.369 |
Agências de turismo | 92.284 |
Big techs | 44.848 |
Ensino | 33.159 |
Gig economy | 26.046 |
Locadoras de veículos | 13.996 |
Eletrônicos | 13.913 |
Construtoras | 5.121 |
Judicialização excessiva exige mudança nos procedimentos dos bancos
Ouvido pelo Economic News Brasil, o advogado Frederico Cortez destacou que o alto volume de ações judiciais dos consumidores contra os bancos evidencia as falhas estruturais no atendimento e nas práticas comerciais.
“É essencial que as instituições financeiras invistam em soluções extrajudiciais e canais eficientes de resposta ao cliente”, disse o especialista.
Conforme publicado pela revista eletrônica Consultor Jurídico, no últimos dois anos, o setor financeiro concentrou quase a metade dos litígios analisados. Isso reforça a urgência de reverter o cenário e prevenir novas ações de consumidores contra os bancos, que geram impacto direto na imagem institucional e nos custos operacionais.