O Ibovespa em junho de 2025 deve fechar o mês com desempenho praticamente estável, refletindo a combinação de incertezas fiscais no Brasil e cautela nos mercados internacionais. Até o pregão da última sexta-feira (27/06), o índice brasileiro acumulava baixa de 0,11% no mês, aos 136.865 pontos, segundo dados da B3.
O comportamento contrasta com o de maio, quando o Ibovespa fechou com alta de 1,45%, encerrando nos 137.027 pontos. A valorização no mês anterior foi sustentada pela expectativa de corte de juros pelo Fed e valorização de ações da B3 ligadas a commodities.
Ibovespa em junho de 2025 é travado por risco fiscal e Selic alta
O desempenho morno do Ibovespa em junho está diretamente ligado ao agravamento do cenário fiscal no Brasil. A resistência do Congresso a propostas de aumento de arrecadação e os sinais de expansão de gastos geraram risco fiscal elevado, minando a confiança de investidores estrangeiros.
Além disso, o Copom decidiu elevar na última reunião a taxa Selic para 15% ao ano, encarecendo o crédito e afetando negativamente os setores de consumo e construção. Essa elevação refletiu no recuo de diversas ações listadas na Bolsa de valores brasileira.
Fluxo internacional e fuga de capital
No cenário externo, a inflação nos EUA e o impasse sobre os juros nos Estados Unidos mantêm o mercado global em alerta. O dólar permanece acima de R$ 5,40 e a saída de capital estrangeiro da Bolsa brasileira já ultrapassa R$ 36 bilhões em 2025.
Mesmo com o resultado neutro do Ibovespa em junho, analistas projetam retomada gradual no segundo semestre, impulsionada por reformas econômicas e balanços corporativos positivos.
O que é o Ibovespa?
O Ibovespa é o principal indicador do desempenho médio das ações negociadas na Bolsa de valores brasileira (B3). Em outras palavras, ele reflete uma carteira teórica composta pelos papéis com maior liquidez e volume financeiro do país. Nesse sentido, funciona como um termômetro da confiança dos investidores na economia. Dessa forma, acompanhar o comportamento do Ibovespa em junho de 2025 permite avaliar como fatores políticos, fiscais e externos influenciam o apetite ao risco e as decisões de alocação de capital no Brasil.