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Produção industrial cai pelo 2º mês consecutivo; entenda o cenário

A produção industrial no Brasil enfrenta desafios, com queda de 0,5% em maio, marcando o segundo mês de retração. Apesar disso, há alta de 2,5% em 2025 e crescimento de 3,3% em relação a maio de 2024, impulsionado por segmentos como veículos. A instabilidade e os altos juros ainda pressionam a recuperação. Entenda como políticas públicas e o acesso ao crédito afetam a produção industrial.

A produção industrial no Brasil registrou queda de 0,5% em maio frente a abril, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na quarta-feira (02/07). Foi a segunda retração mensal consecutiva — abril também havia recuado 0,5%. No acumulado de 2025, o setor mantém alta de 2,5% e, na comparação com maio de 2024, cresceu 3,3%.

Esse cenário misto revela uma desaceleração de curto prazo, mas com sinais positivos no médio prazo, sustentados por segmentos estratégicos da indústria de transformação.

Produção industrial no Brasil segue abaixo do pico histórico

O recuo em maio foi disseminado: 17 dos 25 ramos pesquisados apresentaram retração. Entre os destaques negativos estão alimentos (-2,6%), bebidas (-2,7%), produtos químicos, derivados de petróleo e confecção. A menor produção de açúcar, carnes e cervejas contribuiu para o resultado negativo em alimentos e bebidas.

A produção industrial no Brasil ainda se mantém 8,6% abaixo do patamar de janeiro de 2023 e 18% inferior ao pico histórico de maio de 2011, o que reforça os desafios da recuperação industrial no país.

Veículos e celulose sustentam alta interanual

Na comparação com maio de 2024, a produção industrial apresentou alta de 3,3%, puxada principalmente pelos setores de veículos automotores, papel e celulose, e metalurgia. Os bens duráveis tiveram crescimento de 20,9%, favorecidos por exportações e leve recuperação do consumo.

Ainda assim, analistas destacam que o avanço interanual não neutraliza a instabilidade estrutural observada nos dados mensais.

Análise: juros e crédito travam a retomada industrial

Para o empresário Pedro Brandão, especialista em finanças e CEO da CredÁgil, o desempenho da produção industrial no Brasil dependerá da redução da taxa Selic e da ampliação do acesso ao crédito produtivo.

“A indústria tem mostrado capacidade de reação, mas segue pressionada pelos juros altos e pelo acesso restrito a financiamento. O ritmo de recuperação só será mais consistente se houver redução sustentável da Selic e estímulos reais ao crédito corporativo”, afirmou Brandão.

Na avaliação do especialista, mesmo os setores com bom desempenho, como veículos e celulose, precisam de um ambiente macroeconômico mais favorável para sustentar seus planos de expansão. A dinâmica da produção industrial no Brasil seguirá condicionada a políticas públicas que facilitem o investimento e reaqueçam a atividade produtiva. mais favorável para sustentar seus planos de expansão.

A íntegra da pesquisa pode ser consultada no site do IBGE (dados publicados em 02/07/2025). A atualização contínua desses dados será essencial para entender a tendência da produção industrial no Brasil nos próximos trimestres.

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