O novo acordo comercial entre EUA e Vietnã marca uma virada importante nas relações comerciais da Ásia. Com isso, a medida reduz tarifas impostas a produtos vietnamitas e, além disso, amplia as exportações para o mercado americano. No entanto, o avanço também coloca o país em uma encruzilhada geopolítica com a China. Nesse contexto, o presidente Donald Trump anunciou que as tarifas serão cortadas de 66% para 20%, anúncio que foi recebido com entusiasmo por fabricantes e exportadores no Sudeste Asiático.
Embora o corte tarifário seja expressivo, os Estados Unidos destacaram que continuarão atentos ao uso de componentes de origem chinesa em mercadorias rotuladas como vietnamitas. Essa prática, conhecida como “transbordo”, está no centro das preocupações americanas.
Acordo comercial entre EUA e Vietnã reacende debate sobre transbordo
O acordo comercial entre EUA e Vietnã inclui cláusulas rígidas para coibir o redirecionamento de produtos chineses por meio do território vietnamita. O temor é que empresas busquem o Vietnã apenas como rota alternativa para escapar das sanções impostas a Pequim. Conforme publicado pelo The Washington Post, essa preocupação se estende a outras nações do Sudeste Asiático, como Malásia e Indonésia.
Além disso, autoridades americanas deixaram claro que será aplicada uma tarifa de 40% sobre produtos suspeitos de transbordo, reforçando o controle sobre a origem dos insumos.
Comércio asiático cresce, mas tensão geopolítica persiste
Com o fortalecimento do acordo comercial entre EUA e Vietnã, o país se consolida como um novo polo industrial na Ásia. Grandes marcas internacionais dos setores de vestuário, eletrônicos e tecnologia têm ampliado operações no território vietnamita, em busca de alternativas à produção na China.
De acordo com a Associação da Indústria de Confecções do Vietnã (VITAS), o volume de exportações aumentou 18% no primeiro semestre de 2025. Entretanto, o diretor Le Tien Truong alertou que o país precisa se proteger contra tentativas de uso irregular de suas rotas comerciais.
“Devemos evitar ser usados como fachada para terceiros”, afirmou.
China alerta sobre impacto e riscos regulatórios
A China respondeu de forma direta ao avanço do acordo comercial entre EUA e Vietnã. O Ministério das Relações Exteriores chinês afirmou que a iniciativa dos EUA é uma tentativa deliberada de isolar a China no cenário asiático, violando princípios multilaterais da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Por isso, o governo de Pequim promete reagir com medidas diplomáticas e, se necessário, comerciais. Segundo analistas ouvidos pela imprensa chinesa, o Vietnã pode ser forçado a tomar decisões delicadas, diante de suas relações simultâneas com os dois gigantes comerciais.
