Mesmo com juros elevados e inflação em desaceleração, o setor de serviços em maio cresceu 0,1% e confirmou resistência dentro da economia brasileira, segundo o IBGE nesta quinta (11/07). O segmento acumula alta de 2,4% nos últimos três meses e opera 13,5% acima do nível pré-pandemia, mantendo posição de destaque no PIB nacional.
Hospedagem, alimentação e serviços administrativos puxam crescimento
Conforme a Agência Brasil, a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) revelou que o setor de serviços cresce com apoio de três das cinco atividades investigadas. O grupo de “outros serviços” apresentou a maior alta (+2,2%), compensando a queda de 2,3% de abril. Já os serviços prestados às famílias, como hospedagem e alimentação, avançaram 1,5%. O segmento de serviços profissionais, administrativos e complementares cresceu 0,6%.
Na outra ponta, os serviços de transporte caíram 0,6%, após três meses seguidos de crescimento. “Informação e comunicação”, que sustentam parte da transformação digital do país, caíram 0,1%.
Atividade terciária avança 4,7% em 12 meses e ganha força nos estados
Na comparação com maio de 2024, o setor de serviços cresce 4,7%, enquanto o acumulado de 2025 marca 2,8%. Dos 27 estados, 17 apresentaram resultados positivos. Minas Gerais (+2,4%), Paraná (+2,3%) e São Paulo (+0,2%) puxaram os avanços. Em sentido contrário, Rio de Janeiro (-1,7%), Pernambuco (-3,2%) e Bahia (-2,6%) registraram retração.
Na métrica ampliada (incluindo transporte de cargas e atividades de correio), houve leve retração de 0,3% em maio, mas com alta de 3,6% em relação ao mesmo mês de 2024. A expansão mensal foi observada em 17 das 27 unidades da Federação, indicando que a atividade terciária mantém um padrão de crescimento descentralizado no país.
Crescimento do setor de serviços reforça previsões para o PIB do 2º tri
Com mais de 70% de participação no PIB, o setor de serviços cresce e sustenta as projeções otimistas para o segundo trimestre. A combinação entre alta gradual da renda real, estabilidade inflacionária e recuperação do consumo nas capitais tende a fortalecer os segmentos voltados às famílias e ao ambiente corporativo.
Análise técnica
O avanço de 0,1% em maio pode parecer modesto, mas tecnicamente revela robustez estrutural. A retomada foi sustentada sem apoio do transporte — geralmente decisivo — e com estabilidade nos serviços de tecnologia. Isso sinaliza diversificação da base de crescimento. Além disso, o desempenho positivo em 17 estados indica que a expansão não está concentrada, o que fortalece sua qualidade.
A leitura do IBGE confirma que a economia brasileira, embora em ritmo moderado, segue apoiada em bases positivas no setor terciário, reforçando sinais de recuperação econômica sustentada.