A nova projeção da inflação para 2025, divulgada nesta segunda-feira (14/07) pelo Boletim Focus, do Banco Central, caiu de 5,20% para 5,17%. Apesar de ainda superar o teto da meta de 4,5%, o mercado passou a prever uma trajetória mais controlada para os próximos anos, indicando alívio no cenário inflacionário até 2028.
Além da projeção da inflação, os analistas mantiveram a expectativa em 4,50% para 2026. Já para 2027, houve redução para 4,00%, e para 2028, a estimativa foi ainda mais baixa: 3,80%.
A tendência de desaceleração, embora gradual, sugere que os choques recentes no câmbio e tarifas externas estão sendo absorvidos sem provocar grandes desvios de médio prazo.
Projeção da inflação em 2025 acompanha recuo no IGP-M
Inflação (IPCA):
- 2025: 5,17%
- 2026: 4,50%
- 2027: 4,00%
- 2028: 3,80%
IGP-M:
- 2025: 2,18% (queda ante 2,25%)
- 2026: 4,50%
- 2027: 4,00%
- 2028: 3,96% (queda ante 4,00%)
As expectativas reforçam a leitura de que, embora o ambiente ainda pressione os índices, há um controle gradual nas variáveis inflacionárias.
Horizonte mais estável até 2028: PIB, câmbio e juros
PIB (crescimento anual):
- 2025: 2,08% (leve recuo)
- 2026: 1,89% (alta ante 1,86%)
- 2027 e 2028: 2,00%
Câmbio (R$/US$):
- 2025: 5,21
- 2026: 5,70
- 2027: 5,71
- 2028: 5,76
Selic (% ao ano):
- 2025: 10,50%
- 2026: 12,50%
- 2027: 10,50%
- 2028: 10,00%
Essa estrutura indica que a projeção de inflação para 2025 pode marcar o início de um ciclo gradual de estabilidade até o fim da década.
Para o empresário Pedro Brandão, especialista em finanças e CEO da CredÁgil, a atual projeção de inflação para 2025 reforça a leitura de que o Banco Central conseguiu manter a credibilidade mesmo em meio a pressões externas.
“Apesar das tensões com os Estados Unidos e da volatilidade do câmbio, o mercado sinaliza confiança na condução da política monetária. Isso cria um ambiente menos instável para empresas que precisam planejar crédito, investimento e precificação de longo prazo”, avalia.
