As operações da PF envolvendo Bolsonaro chegaram a uma nova etapa, marcada por novas medidas judiciais contra o ex-presidente. Na manhã desta sexta-feira (18/07), a Polícia Federal cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva, ampliando o foco sobre aliados e estruturas ligadas ao entorno presidencial.
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e incluiu buscas em imóveis ligados ao Partido Liberal em Brasília. Na residência de Jair Bolsonaro, agentes apreenderam dólares em valor não divulgado. Segundo autoridades, o montante poderia ser usado em uma possível fuga.
PF vê ataque à soberania nas operações envolvendo Bolsonaro
Além das medidas cautelares, a Polícia Federal afirma que Jair Bolsonaro financiou, com cerca de R$ 2 milhões, uma ofensiva coordenada por seu filho Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. O objetivo, segundo os investigadores, era atacar a soberania nacional e interferir na independência dos Poderes. A corporação também aponta que os efeitos dessa operação surgiram imediatamente após o anúncio das tarifas de 50% impostas pelo presidente norte-americano Donald Trump contra o Brasil — um gesto que, conforme interpretação dos investigadores, respondeu diretamente à postura de Lula em defesa da democracia.
Medidas cautelares impostas a Bolsonaro na operações da PF
Entre as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro no contexto das operações da PF envolvendo Bolsonaro estão:
- Uso obrigatório de tornozeleira eletrônica
- Recolhimento domiciliar noturno, das 19h às 7h
- Proibição de acesso a redes sociais
- Impedimento de comunicação com outros investigados
- Proibição de contato com o deputado Eduardo Bolsonaro, nos EUA
- Vedação de aproximação a embaixadas ou diplomatas
- Entrega do passaporte à Justiça
Operações da PF envolvendo Bolsonaro apuram joias, vacina e peculato
As investigações das operações da PF envolvendo Bolsonaro se desdobram nos inquéritos Lucas 12:2 e Hefesto, que tratam de suspeitas de desvio de presentes oficiais, vendas ilegais de joias e falsificação de comprovantes de vacinação. Assessores como Mauro Cid teriam operado a venda dos itens no exterior e ocultado os valores obtidos.
O general da reserva Lourena Cid e o major Rafael Martins também foram alvos. Assim, a PF afirma que o grupo atuava com ciência de Bolsonaro, o que motivou as restrições impostas.
Trump defendeu Bolsonaro novamente
Na quinta-feira (17/07), Donald Trump publicou uma nova carta pedindo que o processo contra Bolsonaro seja encerrado “imediatamente”.
“Tenho acompanhado o tratamento injusto que você vem recebendo de um sistema corrompido”, escreveu o ex-presidente americano.
A defesa do ex-presidente afirmou ter recebido a decisão com “surpresa e indignação”, classificando as medidas cautelares impostas como “severas”.