Conteúdo Patrocinado
Anúncio SST SESI

Operação de câmbio suspeita na divulgação do tarifaço pode ter uso de informação privilegiada

Uma investigação sobre operações de câmbio suspeitas no Brasil levantou alertas de crimes financeiros. Um investidor lucrou milhões ao comprar US$ 4 bilhões a R$ 5,46 e vender a R$ 5,60, suscitando suspeitas de especulação. A Polícia Federal investiga manipulações de mercado, podendo envolver cooperação internacional. Descubra as implicações políticas e jurídicas desse escândalo financeiro.

Quem teria lucrado milhões com o dólar pouco antes do tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil? A abertura de um inquérito sobre operação de câmbio suspeita pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, acendeu o alerta sobre possíveis crimes financeiros no mercado cambial. A medida atende a pedido da AGU e mira movimentações fora do padrão feitas horas antes da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, anunciada oficialmente em 09/07 pelo presidente americano Donald Trump.

Reportagens do G1 e da TV Globo revelaram que, na véspera do anúncio, o mercado de câmbio registrou um volume atípico de transações. O caso mais chamativo envolve um investidor que comprou cerca de US$ 4 bilhões a R$ 5,46 e, minutos após a divulgação oficial, vendeu a R$ 5,60. O lucro expressivo levantou suspeitas de especulação cambial com acesso antecipado à informação privilegiada, prática enquadrada como insider trading.

Operações de câmbio suspeita serão investigadas sob sigilo

O ministro determinou que a investigação sigilosa seja conduzida pela Polícia Federal, com apoio da CVM e do Banco Central. A apuração envolve a coleta de dados bancários, registros da B3 e comunicação oficial com bancos e corretoras.

Segundo a AGU, a suspeita é de que agentes econômicos tenham praticado manipulação de mercado, obtendo lucros irregulares com base em dados ainda não divulgados ao público. A apuração deve incluir ainda cooperação internacional, caso investidores estrangeiros estejam envolvidos nas operações financeiras suspeitas.

Inquérito se conecta a pressão internacional e ações políticas

Além da análise técnica das movimentações no dólar comercial, o inquérito se entrelaça com outra frente de investigação: a atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. O parlamentar é investigado no inquérito 4995 por articulações contra instituições brasileiras, o que amplia o alcance do caso no campo jurídico e diplomático.

Enquanto isso, a bancada do PT na Câmara dos Deputados também solicitou ao Banco Central a identificação dos responsáveis pelas transações. Em vídeos divulgados nas redes, investidores relataram ganhos elevados em janelas de minutos, reforçando a tese de operação de câmbio suspeita às vésperas do tarifaço.

O que é informação privilegiada?

A informação privilegiada é qualquer dado relevante, sigiloso e não disponível ao público, que possa influenciar o valor de ativos. Seu uso em negociações configura crime financeiro, conforme o artigo 27-D da Lei nº 6.385/76. A pena pode chegar a 5 anos de prisão e multa.

No caso das operação de câmbio suspeita , há indícios de que um ou mais agentes tenham se antecipado à decisão americana, operando o dólar com base em conhecimento restrito. Se confirmada, a prática configura insider trading e exige responsabilização criminal e regulatória.

A Resolução CVM nº 44/2021 disciplina a conduta dos participantes do mercado e reforça a proibição de uso de informação não pública para benefício próprio ou de terceiros.

Confira nossos canais
Siga nas Redes Sociais
Notícias Relacionadas