A possível implementação da tarifa sobre jatos da Embraer de 50% pelos Estados Unidos acendeu o alerta na SkyWest, maior operadora regional americana, que pode até cancelar os pedidos. A companhia, que tem 74 aeronaves da fabricante brasileira encomendadas até 2032, afirmou publicamente que não pretende arcar com o custo da sobretaxa. Diante disso, o CEO da SkyWest, Chip Childs, defendeu um acordo entre os governos para evitar prejuízos econômicos às comunidades americanas.
Nova tarifa sobre jatos da Embraer pode adiar entregas
A nova tarifa sobre jatos da Embraer de 50%, anunciada pelo presidente Donald Trump, deve entrar em vigor na próxima sexta-feira (01/08). Caso a sobretaxa seja mantida, a SkyWest estuda adiar suas entregas. Segundo o diretor comercial Wade Steele, a empresa trabalhará com seus parceiros e a Embraer para postergar os recebimentos enquanto a situação não se resolve. A medida reforça o risco de congelamento de negócios no setor.
Mercado dos EUA concentra pedidos e ameaça a Embraer
Os Estados Unidos representam 45% das vendas de jatos comerciais da Embraer e 70% das vendas de jatos executivos. Entre os 437 aviões atualmente encomendados, 229 são destinados a clientes norte-americanos. Além da SkyWest, destacam-se American Airlines (90 unidades), Republic Airlines (35), Azorra (18), Aircastle (9) e Horizon Air/Alaska (3).
Esse protagonismo posiciona os Estados Unidos como mercado estratégico para a sustentabilidade da Embraer. Por isso, segundo a própria empresa, o impacto da tarifa sobre os jatos da Embraer seria de R$ 50 milhões por avião. A avaliação do CEO da companhia, Francisco Gomes Neto, é direta: “dificilmente uma companhia vá pagar uma quantia desse montante”. Além disso, a empresa alerta para risco de cancelamentos, cortes de investimento e demissões — nos mesmos níveis da crise da pandemia, quando 2,5 mil trabalhadores foram dispensados.
Embraer mantém otimismo por acordo bilateral
Apesar das incertezas, a Embraer afirmou nesta segunda-feira (28/07) que segue confiante em uma solução diplomática. Assim, a empresa está atuando junto às autoridades para restaurar a isenção de tarifas no setor aeronáutico. A meta é preservar um mercado que, para o Brasil, é estratégico tanto industrial quanto comercialmente.
A Embraer registrou prejuízo ajustado de R$ 428,5 milhões no 1T25.