O perfil do novo consumidor deixou de ser uma resposta emergencial à pandemia para se tornar um padrão duradouro de comportamento. O relatório State of the Consumer 2025, da McKinsey, com quase 26 mil entrevistados em 18 países, incluindo o Brasil, destaca tendências que já impactam a competitividade das empresas.
Entre as principais mudanças está a valorização da conveniência. O crescimento do e-commerce e do trabalho remoto ampliou o consumo de soluções práticas, como entregas rápidas. Um dado simbólico: a participação das entregas de comida saltou de 9% em 2019 para 21% em 2024. A experiência digital se tornou o principal canal de interação — mas, paradoxalmente, as redes sociais são vistas como fontes pouco confiáveis na hora de decidir uma compra.
Geração Z acelera consumo e fortalece marcas locais
Outro eixo do perfil do novo consumidor é geracional e territorial. A Geração Z, que amadureceu em plena era digital, já consome o dobro do que as gerações anteriores, com foco em moda e beleza. Esse novo protagonismo exige comunicação rápida, transparente e personalizada.
No Brasil, o movimento se cruza com o fortalecimento do consumo local: 63% dos brasileiros dizem priorizar marcas nacionais, bem acima da média global de 47%. Esse dado sinaliza uma oportunidade competitiva para empresas brasileiras, ao passo que multinacionais precisarão adaptar seus produtos, mensagens e canais para superar resistências culturais e políticas protecionistas.
Estratégias para atender ao perfil do novo consumidor
Atender ao perfil do novo consumidor não é mais diferencial — é questão de sobrevivência. O relatório da McKinsey sugere três frentes estratégicas para empresas que desejam crescer em meio à transformação:
- Domínio tecnológico: uso intensivo de dados para gerar insights sobre preferências, hábitos e jornadas de consumo;
- Gestão de portfólio: readequar produtos e serviços para manter relevância e preço competitivo;
- Eficiência operacional: ações que podem ampliar margens de Ebitda em até 15 pontos percentuais.
Por fim, o estudo aponta que os consumidores estão mais dispostos a trocar de marcas e canais de compra com maior frequência, guiados por preço e experiência. Isso exige das empresas agilidade para testar, ajustar e escalar soluções — em um ambiente onde a fidelidade se torna cada vez mais volátil.