O que antes era visto como simples garimpo em brechós agora movimenta bilhões e dita tendências no varejo. O setor de revenda nos EUA evoluiu para um negócio diversificado, que combina franquias, marketplaces e lojas físicas modernas. Além disso, esse mercado une curadoria, economia e propósito ambiental, oferecendo alternativa sólida ao consumo excessivo e ao fast fashion.
O Economic News Brasil preparou um conteúdo especial para mostrar como esse mercado vem ganhando força e atraindo consumidores. Nesta reportagem, explicamos o que caracteriza esse tipo de estabelecimento e as diferenças em relação a outros formatos de varejo. Também apresentamos números que comprovam seu crescimento e tendências que estão moldando o setor de revenda nos EUA.
O que é uma loja de revenda
Uma loja de revenda é um estabelecimento que comercializa produtos usados, seminovos ou recondicionados. Os itens passam por avaliação de qualidade e são revendidos a preços mais acessíveis. Nos Estados Unidos, o formato inclui brechós comerciais, lojas de consignação, franquias especializadas e marketplaces digitais. Diferente de bazares beneficentes, essas operações funcionam com gestão profissional e estratégia de compra e venda. Além disso, têm foco em rentabilidade e incentivam o consumo consciente e a economia circular.
Mercado de segunda mão nos EUA atrai consumidores e amplia redes
Segundo a NARTS, associação que representa o setor, o número de lojas cresce cerca de 7% ao ano. São mais de 25 mil estabelecimentos ativos, entre brechós comerciais, pontos de consignação e operações sem fins lucrativos. A First Research estima cerca de 20 mil lojas, com receita combinada de US$ 15 bilhões anuais. Esses números reforçam a importância do mercado de segunda mão nos EUA para o varejo.
De acordo com a consultoria thredUP, em parceria com a GlobalData, o vestuário usado deve atingir US$ 73 bilhões nos EUA até 2028. A taxa média de expansão é de 11% ao ano. Globalmente, o segmento pode chegar a US$ 350 bilhões no mesmo período. A pesquisa ouviu 3.654 consumidores e 50 varejistas. O levantamento indica que Geração Z e Millennials lideram a revenda de roupas, impulsionando o varejo sustentável.
Plataformas e franquias fortalecem o setor de revenda nos EUA
Marcas como thredUP, Poshmark e RealReal aceleram a digitalização do mercado de roupas usadas nos EUA, conectando vendedores e compradores em grande escala. No entanto, no varejo físico, franquias como Plato’s Closet e Once Upon a Child, da rede Winmark, mostram a força das redes especializadas e sua contribuição para o setor de revenda nos EUA.
O relatório da NARTS aponta dois fatores decisivos para o crescimento: o apelo da moda sustentável e o preço competitivo. Por sua vez, a economia circular e a possibilidade de vender peças usadas ampliam o interesse dos consumidores. Isso fortalece o setor de revenda nos EUA como parte importante do varejo moderno.
Setor de revenda nos EUA supera outlets e ganha força popular
Dados do America’s Research Group indicam que entre 16% e 18% dos americanos compram em lojas de revenda anualmente. Esse índice supera a participação dos outlets de fábrica. Enquanto as lojas de departamento ainda reúnem mais consumidores, o avanço do varejo sustentável e o crescimento constante projetam o setor de revenda nos EUA como protagonista da nova lógica de consumo.
Assim, ao unir consumo consciente, curadoria e propósito ambiental, o setor de revenda nos EUA se consolida como uma das áreas mais dinâmicas do varejo contemporâneo. Ele transforma o hábito de compra e fortalece um mercado que já movimenta bilhões de dólares por ano.