Conteúdo Patrocinado
Anúncio SST SESI

Consumo das famílias em agosto mostra sinais de cautela

Consumo das famílias em agosto recua 0,3% após três meses de alta, segundo CNC. Renda atual e crédito pressionam confiança, mas varejo deve movimentar R$ 532 bi em 2025, com SP liderando o ranking.
Consumo das famílias
O consumo das famílias em agosto reflete a sensibilidade da economia ao crédito e à renda. (Foto: Freepik)

Depois de meses de otimismo, o consumo das famílias em agosto registrou freada inesperada e trouxe sinais de cautela ao comércio brasileiro. No levantamento divulgado na sexta-feira (22/08) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o índice Intenção de Consumo das Famílias (ICF) recuou 0,3% frente a julho, ficando em 102,9 pontos com ajuste sazonal. Embora permaneça na zona de otimismo, o resultado reflete a piora na percepção sobre o crédito e o mercado de trabalho.

Na comparação anual, o índice também apresentou retração. Entre os componentes do consumo das famílias em agosto, os resultados foram:

  • Quedas:
    • Momento para compra de bens duráveis: -6,9%
    • Renda atual: -3%
  • Altas:
    • Perspectiva profissional: +3,1%
    • Acesso ao crédito: +1,4%
    • Nível de consumo atual: +1,1%

Apesar disso, apenas 32,6% afirmaram perceber facilidade para obter crédito, o menor percentual desde abril de 2020. O dado reforça a dificuldade das famílias em manter o ritmo de consumo diante da alta de juros e da inadimplência.

Leia Também: Inadimplência das famílias em SP atinge maior nível de 15 meses

Consumo das famílias em agosto e desigualdade por renda e gênero

A pesquisa sobre o comportamento do consumo das famílias em agosto também apontou diferenças relevantes entre faixas de renda e gênero:

  • Faixa de renda
    • Famílias com até 10 salários mínimos:
      • Variações mínimas de -0,2% no mês e -0,1% no ano.
    • Famílias com rendimento superior:
      • Queda de 0,7% em agosto e 2,4% na comparação anual.
  • Gênero
    • Homens: retração mensal de 0,7%.
    • Mulheres: retração mensal de 0,5%.
    • Acesso ao crédito: maior entre os homens.
    • Perspectiva profissional: percepção de melhora foi superior entre as mulheres.

Varejo deve movimentar R$ 532 bilhões em 2025

Mesmo diante da cautela, o consumo das famílias em agosto reforça sua importância para o varejo.

Segundo o IPC Maps, os gastos das famílias devem alcançar R$ 532,1 bilhões ao longo de 2025, uma alta de 11,3% em relação a 2024. Os estados que mais concentram consumo são:

  • São Paulo: R$ 139 bilhões
  • Minas Gerais: R$ 55,6 bilhões
  • Rio de Janeiro: R$ 38 bilhões
  • Rio Grande do Sul: R$ 36 bilhões

O levantamento também mostrou movimento distinto entre tipos de empresas:

  • Microempreendedores Individuais (MEIs):
    • Queda de 15,4% no atacado
    • Queda de 6,6% no varejo
  • Outras naturezas jurídicas:
    • Abertura de mais de 70 mil novos comércios
    • Total de 5,59 milhões de estabelecimentos no país

Crédito e juros desafiam o consumo das famílias em agosto

No levantamento realizado pela CNC, o cenário indica que, mesmo com expectativa de forte movimento no varejo em 2025, o desempenho dos gastos das famílias em agosto evidencia a sensibilidade da economia ao crédito e à renda. Sem avanços na redução da inadimplência e queda consistente dos juros, o consumo seguirá pressionado, com impactos diretos sobre o comércio e a indústria.

Confira nossos canais
Siga nas Redes Sociais
Notícias Relacionadas