Um sinal de trégua da prévia da inflação de agosto 2025 surpreendeu o mercado. O Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA-15) caiu 0,14%, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (26/08). Foi a primeira deflação em mais de dois anos, desde julho de 2023, e a mais intensa desde setembro de 2022 (-0,37%).
A energia elétrica residencial, com recuo de 4,93%, foi o principal item responsável pela queda, após a incorporação do Bônus de Itaipu nas faturas do mês.
A prévia da inflação de agosto 2025 representa desaceleração frente a julho, quando o índice havia subido 0,33%. No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 soma 4,95%, ainda acima da meta do Banco Central. Mesmo com a deflação, o número ficou abaixo das projeções de analistas, que esperavam queda maior, entre 0,19% e 0,22%.
Prévia da inflação de agosto 2025 (IPCA-15) e os grupos em destaque
Seis dos nove grupos pesquisados tiveram recuo com a prévia da inflação de agosto 2025.
- Habitação: caiu 1,13%
- Transportes: recuaram 0,47%
- Passagens aéreas: -2,59%
- Gasolina: -1,14%
- Etanol: -1,98%
- Alimentação e bebidas: retração de 0,53%
- Batata-inglesa: -18,77%
- Cebola: -13,83%
- Tomate: -7,71%
- Arroz: -3,12%
- Despesas pessoais: avançaram 1,09%
- Jogos de azar: +11,45% (reajuste em vigor desde 09/07)
- Educação: subiu 0,78%
- Ensino superior: +1,24%
- Cursos de idiomas: +1,85%
- Saúde e cuidados pessoais: aumentaram 0,64%
- Reajustes de planos de saúde autorizados pela ANS
Perspectivas para a inflação e juros
“A leitura que fazemos é que essa deflação deve ser vista com cautela. Há fatores de pressão claros, como o câmbio mais depreciado e a força do mercado de trabalho, que podem reverter o movimento. Também não podemos esquecer a sazonalidade típica deste período, que ajuda a explicar parte da queda. O que ainda não conseguimos dimensionar é o impacto real das tarifas de 50% impostas pelo presidente Donald Trump sobre produtos brasileiros, algo que certamente vai mexer com a economia nos próximos meses.” – Geldo Machado, presidente do Sinfac (CE. PI. MA. RN)
Segundo o Boletim Focus, a projeção para a inflação de 2025 caiu de 4,95% para 4,86%. Mesmo assim, a expectativa é que o Copom mantenha a Selic em 15% nos próximos meses, buscando conter pressões inflacionárias persistentes.









