A aquisição da dona do Café Pilão por US$ 18 bilhões, anunciada em 25/08, movimenta não apenas o mercado financeiro, mas também o tabuleiro global do café. A Keurig Dr Pepper comprou a holandesa JDE Peet’s, detentora de marcas como Pilão, L’OR, Peet’s Coffee e Café do Ponto, em um dos maiores acordos da Europa em dois anos.
Com sede em Amsterdã, a JDE Peet’s tinha valor de mercado próximo de US$ 15 bilhões. Já a Keurig, avaliada em cerca de US$ 50 bilhões, passa a reforçar seu alcance internacional. O objetivo declarado é expandir sua presença além da América do Norte, chegando com força à Europa, à América Latina e ao Oriente Médio.
Aquisição da dona do Café Pilão e a criação da Global Coffee Co.
Com a aquisição da dona do Café Pilão, a Keurig dividirá suas operações em duas companhias. A Global Coffee Co. reunirá cafés e cápsulas, alcançando receita de US$ 16 bilhões. Marcas como Caboclo, Green Mountain e as máquinas Keurig farão parte desse braço, voltado a enfrentar diretamente a Nestlé e sua liderança com Nescafé.
A outra empresa, Beverage Co., ficará com bebidas como Dr Pepper, 7Up e Snapple, com faturamento de US$ 11 bilhões. Essa cisão marca a reversão parcial da fusão de 2018 entre Keurig e Dr Pepper, adaptando o grupo às novas demandas de mercado.
Aquisição e a força do mercado do café brasileiro
No Brasil, a aquisição da dona do Café Pilão tem peso particular. A marca é líder nacional em café torrado e moído, inserida em um país que figura entre os cinco maiores consumidores mundiais. Esse posicionamento garante relevância para os planos de expansão da Keurig.
A operação também evidencia como os consumidores brasileiros, acostumados a marcas tradicionais como Pilão e Café do Ponto, podem se tornar peça-chave na disputa entre gigantes. Em cenário de concorrência global, a valorização de portfólios regionais é vital para sustentar margens e conquistar mercado.
Ao rivalizar com a Nestlé, a Keurig aposta que o Brasil será um diferencial competitivo no avanço de sua Global Coffee Co.









