O acordo UE-Mercosul, apresentado nesta quarta-feira (03/09) pela Comissão Europeia, pode se tornar o maior pacto comercial da história do bloco. Porém enfrenta forte resistência política. O tratado precisa do aval do Parlamento Europeu e da maioria dos governos da União Europeia, sem garantia de aprovação.
O impasse reflete a disputa entre Alemanha e Espanha, que pressionam pela ratificação do acordo de livre comércio para compensar tarifas impostas por Donald Trump e reduzir a dependência da China. Do outro lado, a França e seus aliados temem impactos na agricultura e no meio ambiente. Nesse cenário, o acordo UE-Mercosul assume papel estratégico nas relações externas europeias.
França lidera oposição ao acordo UE-Mercosul
A França, maior produtora de carne bovina da União Europeia, classifica o acordo UE-Mercosul como “inaceitável”. Agricultores protestam contra o que consideram concorrência desleal de importações sul-americanas mais baratas. Grupos ambientalistas, como a Friends of the Earth, também criticam o acordo de livre comércio UE-Mercosul. Eles alertam os efeitos nocivos sobre a Amazônia e o clima global.
Além disso, a resistência pode ganhar força se Itália e Polônia se unirem a Paris. Nesse caso, não haveria maioria suficiente no Conselho da UE, e o Parlamento, onde Verdes e partidos de extrema direita também criticam o acordo, seria um obstáculo adicional.
Oportunidades econômicas com o acordo de livre comércio
Nesse cenário, os defensores ressaltam que o acordo UE-Mercosul representaria o maior corte tarifário já firmado pela União Europeia. Além disso, o pacto abriria espaço para exportações de carros, máquinas e produtos químicos europeus, bem como ampliaria o acesso a minerais críticos como lítio, essencial para a transição energética.
Por isso, ainda que não exista data definida para a votação, o acordo de livre comércio será decisivo para a credibilidade da política comercial da União Europeia. Se aprovado, reduzirá a dependência da China e ampliará mercados para empresas europeias. Caso seja rejeitado, entretanto, reforçará a percepção de fragilidade do bloco diante da pressão dos EUA e da competição global.









