A EchoStar anunciou nesta segunda-feira (08/09) a venda de seu espectro para a SpaceX por US$ 17 bilhões. O anúncio fez as ações da companhia dispararem 64% no pré-mercado. O salto reflete a confiança dos investidores na redução da dívida corporativa da empresa, controlada por Charlie Ergen. Também sinaliza expectativa de expansão do serviço de telefonia via satélite da SpaceX, de Elon Musk.
O acordo prevê até US$ 8,5 bilhões em dinheiro e valor equivalente em ações da compradora. Inclui ainda financiamento de US$ 2 bilhões em juros sobre dívidas até 2027.
Venda de espectro da EchoStar fortalece o Starlink Direct to Cell
Com a operação, a SpaceX assume as licenças AWS-4 e H-block, fortalecendo o projeto Starlink Direct to Cell. A tecnologia permitirá que clientes da Boost Mobile, operadora da EchoStar, utilizem infraestrutura 5G em nuvem com conexão direta via satélite. Isso reduz a dependência de parcerias terrestres, hoje concentradas principalmente na T-Mobile. O resultado é maior autonomia para a empresa de Musk.
Segundo Hamid Akhavan, presidente e CEO da EchoStar, a transação combina “o espectro da companhia com as capacidades de lançamento e satélite da SpaceX, para viabilizar conectividade direta mais rápida e econômica”.
SpaceX avança em conectividade global com a venda de espectro da EchoStar
A estratégia da SpaceX busca não apenas reduzir custos, mas também ampliar a escalabilidade do serviço de celular via satélite. Gwynne Shotwell, presidente e COO da empresa, destacou que o acordo “avançará nossa missão de eliminar zonas sem cobertura móvel globalmente”. Ela afirmou que a próxima geração de satélites Starlink terá espectro dedicado. O desempenho será superior e ampliará a cobertura em regiões carentes de infraestrutura terrestre. A operação reforça o avanço da internet via satélite como alternativa competitiva.
Estabilidade financeira com a venda de espectro da EchoStar
Para a EchoStar, a venda de espectro vai além da inovação tecnológica. Representa também um ajuste financeiro decisivo. Parte dos recursos será direcionada ao pagamento de dívidas. O restante apoiará operações como DISH TV, Sling e Hughes, que permanecerão ativas. A valorização das ações mostra que o mercado interpreta a operação como um divisor de águas na trajetória da companhia. Analistas destacam que a transação cria espaço para expansão tecnológica. Isso amplia a sinergia entre satélites e redes móveis em escala global.
Caminhos regulatórios e impacto no setor de telecom
O fechamento ainda depende da aprovação da Comissão Federal de Comunicações (FCC) e do cumprimento de outras condições. Caso seja confirmado, o negócio deve redefinir a competição entre telecomunicações e empresas espaciais. A pressão recairá sobre rivais como AT&T (American Telephone and Telegraph) e T-Mobile. O setor entra em uma fase em que satélites e redes móveis convergem para acelerar a conectividade global.
A venda de espectro da EchoStar não se resume a uma transação bilionária. Trata-se de um marco que reposiciona empresas e influencia o futuro da telefonia móvel.
