A disparada no preço futuro do café, com alta de 40% entre agosto e setembro nas bolsas internacionais, deve encarecer a xícara dos brasileiros. Representantes da Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC) informaram nesta quarta-feira (24/09) que os consumidores sentirão aumentos de 10% a 15% nos próximos dias, resultado de uma combinação de fatores: quebra na safra 2025, principalmente de arábica, estoques globais baixos, impacto do tarifaço norte-americano e irregularidades climáticas.
Preço futuro do café e efeito imediato no consumo
Segundo a ABIC, o repasse do preço futuro do café já foi feito ao varejo e deve se refletir nas gôndolas de forma acelerada. O presidente Pavel Cardoso explicou que parte dessa elevação é uma devolução aos reajustes já sentidos em abril e maio. Apesar da pressão inflacionária, a entidade reforçou que a indústria espera um alívio caso a safra de 2026 confirme boas projeções.
Consumo em queda diante dos preços do café
Os dados divulgados pela ABIC mostram que o consumo recuou 4,23% em agosto de 2025 frente ao mesmo mês de 2024. No acumulado dos oito primeiros meses deste ano, a queda chega a 5,46%. Por categorias, o café solúvel foi o que mais subiu no período de agosto de 2024 a agosto de 2025, com aumento de 50,59%, seguido pelo tradicional/extraforte (48,57%) e pelo gourmet (46,36%). Essas variações reforçam como os preços futuros do café impactam cada segmento do mercado.
Perspectivas do mercado
A ABIC projeta que, com uma boa safra em 2026, será possível estabilizar preços e reduzir a pressão sobre o consumo. No entanto, especialistas apontam que a combinação de tarifaço norte-americano e estoques apertados deve manter o mercado volátil até o próximo ciclo produtivo. A depender da evolução climática e da demanda global, o preço futuro do café seguirá como um termômetro sensível da economia agrícola, influenciando tanto os produtores quanto o bolso do consumidor.
Mercado em alerta
O preço futuro do café reflete não apenas as condições da safra brasileira, mas também a vulnerabilidade das cadeias globais de alimentos. O cenário de alta nas commodities agrícolas, combinado às tensões comerciais, sugere que 2026 será um ano de ajustes estratégicos para exportadores e indústria. Nesse contexto, o consumidor brasileiro seguirá atento às variações dos preços futuros do café e seus reflexos diretos no orçamento.