A produção florestal brasileira gerou R$ 44,3 bilhões em 2024, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado representa alta de 16,7% em comparação a 2023 e mais que o dobro do registrado em 2019, com expansão de 140%. O desempenho foi impulsionado pela combinação de maior volume de extração e preços de venda mais elevados, consolidando o setor como uma engrenagem relevante para a economia.
Silvicultura domina a produção florestal brasileira
A pesquisa do IBGE mostra que a silvicultura domina a produção florestal brasileira, consolidando a liderança das áreas plantadas sobre o extrativismo:
- Silvicultura: R$ 37,2 bilhões (84,1% do total)
- Extrativismo vegetal: R$ 7 bilhões (15,9%)
- Liderança estadual: Minas Gerais, com R$ 8,5 bilhões (22,8%)
- Segunda posição: Paraná, com R$ 6,3 bilhões (17%)
- Municípios em destaque: General Carneiro (PR), Três Lagoas (MS) e João Pinheiro (MG)
Desde 1998, a produção florestal proveniente de áreas plantadas supera a extraída de áreas naturais, reforçando a transição para uma base cada vez mais industrializada.
Exportações de celulose reforçam o setor florestal
A produção madeireira concentra quase toda a silvicultura brasileira e sustenta o protagonismo do país nas exportações de celulose:
- Participação da madeira na silvicultura: 98,3%
- Madeira em tora para papel e celulose: 122,1 milhões de m³ em 2024 (recorde histórico)
- Exportações de celulose: 19,7 milhões de toneladas
- Receita gerada: US$ 10,6 bilhões
- Principais destinos: China (43,7%), Estados Unidos (15,8%), Itália (8,8%) e Países Baixos (8,3%)
- Contexto internacional: celulose ficou fora do tarifaço dos EUA em agosto de 2025, mantendo competitividade brasileira
Eucalipto e expansão da produção florestal brasileira
A área de florestas plantadas no Brasil reforça a predominância do eucalipto e a concentração regional da produção:
- Área total: 9,9 milhões de hectares (equivalente ao estado de Pernambuco)
- Eucalipto: 77,6% da área plantada
- Pinus: 18,6%
- Outras espécies: 3,8%
- Minas Gerais: 2,1 milhões de hectares (quase o tamanho de Sergipe)
- Município líder: Ribas do Rio Pardo (MS), com 380,7 mil hectares
Segundo o analista do IBGE Alfredo Guedes, o eucalipto se consolidou pela diversidade de usos e pelo ciclo rápido de corte (7 a 8 anos), enquanto o pinus exige de 10 a 12 anos de cultivo.
Produção florestal brasileira e perspectivas
O extrativismo vegetal ainda desempenha papel regional relevante, com destaque para o açaí, que respondeu por 50,9% do valor de R$ 2 bilhões em produtos alimentícios, e para a erva-mate, com 377,4 mil toneladas extraídas em 2024, principalmente no Paraná. O avanço da produção florestal brasileira combina competitividade externa da celulose com a diversificação de alimentos nativos. O desafio está em equilibrar ganhos econômicos com políticas de sustentabilidade e expansão planejada das áreas plantadas, condição essencial para manter o país na liderança global do setor.