A revogação do visto do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciada pelos Estados Unidos em 27/09, criou uma crise sem precedentes na diplomacia regional. O gesto ocorreu após declarações de Petro em ato pró-Palestina em Nova York, nas quais pediu a soldados americanos que desobedecessem ordens de Donald Trump. O Departamento de Estado classificou as falas como “ações imprudentes e incendiárias”.
Visto do presidente da Colômbia e impacto bilateral
Bogotá reagiu no mesmo dia, chamando a decisão de “intromissão sem precedentes na soberania de um país latino-americano”. Analistas veem impactos diretos sobre três frentes sensíveis: comércio, pela ameaça às exportações e às negociações tarifárias; segurança, com riscos à cooperação antidrogas; e transição energética, que pode perder investimentos estratégicos em projetos bilaterais.
ONU amplia peso da decisão sobre visto do presidente da Colômbia
Durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Petro criticou abertamente a política externa de Washington no Oriente Médio e se alinhou a posições pró-Palestina. Nesse contexto, a revogação do visto do presidente da Colômbia ganhou simbolismo internacional. A medida foi lida como mensagem política da Casa Branca ao plenário multilateral. Ela projetou maior rigidez dos EUA diante de discursos que desafiam sua hierarquia militar.
Precedente histórico e efeitos regionais
A revogação do visto do presidente da Colômbia estabelece um precedente inédito. Os EUA já aplicaram restrições a Nicolás Maduro (2019) e Daniel Ortega (2021), mas nunca a um chefe de Estado em exercício. Especialistas avaliam que esse gesto amplia a volatilidade nos fóruns regionais, pressiona preços de importados e eleva incertezas para empresas brasileiras com forte presença no eixo andino. Ao mesmo tempo, governos da América Latina devem recalibrar sua diplomacia com Washington, cenário que pode redesenhar as expectativas econômicas do Brasil no médio prazo.










