No dia 27/09/2025, os Estados Unidos (EUA) anunciaram a revogação de visto de presidente da Colômbia, Gustavo Petro, em reação a declarações feitas em manifestação pró-Palestina em Nova York um dia antes. Além disso, o Departamento de Estado afirmou que a decisão respondia a “ações imprudentes e incendiárias” — Departamento de Estado dos EUA, X, 27/09/2025. Por fim, segundo a Reuters, o gesto foi inédito contra um chefe de Estado latino-americano em exercício.
EUA ampliam tensão diplomática após discurso de Petro
As falas de Petro foram interpretadas em Washington como um desafio direto à hierarquia militar; em seguida, a crise diplomática ganhou forma na sequência de acontecimentos:
- 26/09/2025: em Nova York, Petro disse: “Peço a todos os soldados do Exército dos Estados Unidos que não apontem suas armas para a humanidade. Desobedeçam as ordens de Trump!” — Gustavo Petro, Al Jazeera, 27/09/2025.
- 27/09/2025: o Departamento de Estado anunciou a revogação do visto.
- 27/09/2025: Confirmou-se a decisão como inédita contra presidente latino-americano em exercício.
Assim, a declaração pública converteu-se rapidamente em divisor diplomático e, portanto, sinalizou maior rigidez da Casa Branca diante de críticas abertas.
Revogação de visto de presidente da Colômbia e impacto bilateral
A resposta de Bogotá saiu no mesmo dia, ao classificar o gesto como “intromissão sem precedentes na soberania de um país latino-americano” (Newsweek). Nesse contexto, analistas apontam efeitos diretos sobre frentes sensíveis:
- Comércio: risco para fluxos de exportações e negociações tarifárias.
- Segurança: pressão sobre cooperação antidrogas e compartilhamento de inteligência.
- Transição energética: incerteza sobre projetos e investimentos bilaterais.
Desse modo, diminuem os canais de cooperação com Bogotá e, paralelamente, cresce a probabilidade de atritos regulatórios.
Assembleia da ONU e novas críticas contra Washington
Durante a semana de 23 a 27/09/2025, na Organização das Nações Unidas (ONU), Petro criticou a política externa americana no Oriente Médio e, ademais, alinhou-se a movimentos pró-Palestina. Por conseguinte, a reação de Washington também foi lida como mensagem política ao plenário multilateral; assim, o episódio ganhou peso simbólico perante a comunidade diplomática.
Revogação de visto de presidente da Colômbia e consequências regionais
A revogação de visto de presidente da Colômbia inaugura um precedente sem paralelo. Historicamente, restrições atingiram Nicolás Maduro (2019) e Daniel Ortega (2021), porém não envolveram um presidente em exercício em plena agenda multilateral. Portanto, a postura americana sugere disposição de punir líderes que desafiem sua política externa. Isso pode implicar maior volatilidade em fóruns que impactam o comércio regional, possível pressão sobre preços de importados e incerteza adicional para empresas brasileiras expostas ao eixo andino. No médio prazo, governos latino-americanos tendem a recalibrar relações com Washington, o que fragmenta a diplomacia regional e, por extensão, afeta expectativas na economia do Brasil.