A Câmara dos Deputados aprovou na noite da quarta-feira (01/10) a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês — o equivalente a R$ 60 mil por ano. A medida ainda depende de aprovação no Senado para vigorar em 2026. Com isso, o que muda no Imposto de Renda passa a ser a principal dúvida dos brasileiros, já que a nova regra promete aliviar o bolso de milhões de pessoas e consolidou-se como uma das alterações mais relevantes da última década.
Segundo cálculos do relator Arthur Lira (PP-AL), a nova regra beneficiará cerca de 16 milhões de contribuintes e terá impacto de R$ 25,8 bilhões a R$ 26 bilhões por ano nas contas públicas. Na prática, o que muda no Imposto de Renda é a forma como serão calculadas as faixas de contribuição, principalmente para quem está na classe média.
O que muda no Imposto de Renda até R$ 7.350
A grande novidade é que não apenas os rendimentos até R$ 5 mil serão beneficiados. O que muda no Imposto de Renda neste ponto é a criação de uma faixa de transição até R$ 7.350 mensais, com descontos parciais, antes da aplicação integral da tabela progressiva.
Comparação da nova tabela do Imposto de Renda com a atual
Faixa | O que vai ser aplicado | Economia anual estimada |
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Até R$ 5.000 | Isenção total | R$ 4.356,89 |
Até R$ 5.500 | Desconto 75% | R$ 3.367,68 |
Até R$ 6.000 | Desconto 50% | R$ 2.350,79 |
Até R$ 6.500 | Desconto 25% | R$ 1.333,90 |
Até R$ 7.350 | Aplicação alíquotas progressivas (7,5%, 15%, 22,5% e 27,5%) |
Assim, o que muda no Imposto de Renda é justamente a forma como o contribuinte cruza de uma faixa para outra, já que a tributação passa a incidir só sobre o valor que ultrapassar os R$ 5 mil.
Comparação da nova tabela do IR com a atual
Hoje, a isenção cobre apenas rendimentos de até R$ 3.036 mensais (em alguns documentos aparece arredondado em R$ 3.060). Portanto, o que muda no Imposto de Renda é um salto de quase R$ 2 mil na faixa de isenção, trazendo alívio para trabalhadores que antes já estavam na base de cálculo.
Com a mudança, trabalhadores da classe média, que antes pagavam IR, poderão redirecionar esse recurso para consumo, poupança ou investimento. A economia anual para quem ganha até R$ 5 mil pode chegar a R$ 4.356,89, valor equivalente a um 13º salário livre de imposto.
“A elevação da faixa de isenção para R$ 5 mil corrige parte da defasagem, mas também altera o perfil de consumo e crédito das famílias. Ao liberar renda da classe média, a medida pode ampliar a capacidade de pagamento e estimular novos financiamentos, o que deve repercutir em setores como comércio e serviços“, comentou ao Economic News Brasil Geldo Machado, presidente do SINFAC. presidente do SINFAC (CE. PI. MA.RN)
Impacto fiscal e o que muda no Imposto de Renda para os super-ricos
O custo da medida foi estimado entre R$ 25,8 bilhões e R$ 26 bilhões anuais. Para equilibrar as contas, o projeto prevê compensações que podem somar até R$ 32 bilhões.
A principal medida é a criação de uma alíquota linear de 10% sobre lucros e dividendos acima de R$ 600 mil anuais. Com a nova regra, quem hoje paga cerca de 2% passará a contribuir em torno de 10%. Isso também mostra o que muda no Imposto de Renda para os super-ricos, que antes tinham rendimentos isentos.
Arthur Lira incluiu uma regra de transição. Lucros e dividendos aprovados em assembleia até 31/12/2025 ficarão livres da nova tributação, mesmo que sejam distribuídos até 2028. A medida busca atender parte das demandas do setor empresarial e dar previsibilidade ao mercado.
Obrigação de reajuste da tabela e justiça tributária
Outro ponto importante do texto determina que o governo deve apresentar, em até um ano da vigência da lei, uma política de reajuste da tabela do Imposto de Renda. Assim, a ideia é evitar que a defasagem histórica volte a corroer os benefícios da isenção, como ocorreu desde 2018.
“A obrigação de reajustar a tabela do Imposto de Renda em até um ano é um avanço que reduz a defasagem histórica, mas o desafio será manter esse compromisso em um cenário de pressão fiscal. A previsibilidade favorece tanto o contribuinte quanto o investidor, pois traz mais clareza sobre o impacto tributário no médio prazo“, destacou ao ENB o especialista em finanças Pedro Brandão.
O que muda no IR e os próximos passos
O que muda no Imposto de Renda não se limita à tabela. A proposta redefine o modelo de tributação ao ampliar a faixa de isenção, criar descontos progressivos e incluir a taxação de dividendos. O impacto imediato ocorrerá a partir de 2026, quando parte relevante da classe média deixará de recolher imposto. Entretanto, os efeitos fiscais dependerão da efetividade das medidas de compensação.
No campo político, a aprovação unânime na Câmara reforçou o alinhamento entre governo e Congresso. O projeto segue para o Senado, que precisa concluir a votação até dezembro para que entre em vigor no início do próximo ano.
Do ponto de vista econômico, a medida amplia a renda disponível das famílias, o que pode gerar estímulo ao consumo. Contudo, analistas alertam que a renúncia fiscal prevista pressiona o equilíbrio das contas públicas e exige monitoramento rigoroso.
Se aprovada no Senado, a nova tabela significará uma alteração estrutural: trabalhadores de menor renda ficarão isentos, enquanto dividendos passam a ser tributados. O resultado esperado é uma distribuição mais equilibrada da carga tributária.