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Aquisição da Spirit AeroSystems pela Boeing deve ser aprovada pela União Europeia

A aquisição da Spirit AeroSystems pela Boeing está prestes a ser aprovada pela União Europeia, mas com restrições que podem afetar a concorrência no setor aeronáutico. Com um valor de US$ 4,7 bilhões, essa transação marca o retorno da Boeing a uma antiga subsidiária e pode reestruturar sua cadeia de produção. Medidas corretivas, como a venda de ativos à Airbus, estão sendo consideradas. Especialistas alertam que essa movimentação pode alterar o equilíbrio entre Boeing e Airbus, intensificando a disputa entre essas empresas. Veja como essa aquisição pode impactar o futuro da indústria aeroespacial!
Aquisição da Spirit AeroSystems pela Boeing e produção de fuselagens do Boeing 737 MAX
Aquisição da Spirit AeroSystems pela Boeing: fuselagens do 737 MAX em produção na fábrica de Wichita simbolizam a reestruturação da cadeia produtiva. (Imagem: Divulgação)

A aquisição da Spirit AeroSystems pela Boeing deve ser aprovada pela União Europeia (UE) com restrições voltadas à concorrência no setor aeronáutico. Fontes ouvidas pela agência Reuters indicam que o aval virá acompanhado de medidas corretivas, incluindo a venda de ativos da Spirit à Airbus para atender exigências regulatórias do bloco. A decisão oficial da Comissão Europeia está prevista para 14 de outubro.

A Boeing anunciou o negócio, avaliado em US$ 4,7 bilhões (cerca de R$ 25,1 bilhões) em julho de 2024, como parte de sua estratégia para reorganizar a cadeia de produção e reforçar o controle de qualidade após anos de terceirização. A compra representa o retorno da fabricante norte-americana à sua antiga subsidiária, separada em 2005.

Medidas exigidas na aquisição da Spirit AeroSystems pela Boeing

Entre as medidas apresentadas à Comissão Europeia, estão a transferência das operações deficitárias da Spirit AeroSystems na Europa para a Airbus, além da venda das plantas industriais em Prestwick (Escócia), Subang (Malásia) e Belfast (Irlanda do Norte). As unidades fabricam componentes usados em aeronaves comerciais da Airbus e não afetam a linha de montagem da Boeing.

O órgão de defesa da concorrência do Reino Unido já havia autorizado a transação em agosto, sem impor restrições. Analistas avaliam que o aval europeu, ainda que com condições, representa um avanço relevante para o fechamento do negócio, previsto para ocorrer até o terceiro trimestre de 2025.

Contexto industrial da aquisição da Spirit AeroSystems pela Boeing

A Spirit AeroSystems, com sede em Wichita (Kansas), é uma das maiores fabricantes globais de estruturas aeronáuticas.

Principais dados:

  • Produz seções de fuselagem e cabines para os modelos Boeing 737 e 787.
  • Fornece longarinas de asa e partes da fuselagem para os Airbus A350 e A220.
  • Enfrenta dificuldades financeiras desde sua separação da Boeing em 2005.
  • Diversificou contratos com empresas como Collins Aerospace, Kawasaki Heavy Industries, Leonardo e Triumph Group.

A Boeing, por sua vez, tenta retomar o controle de sua cadeia de suprimentos após enfrentar incidentes e falhas de qualidade nos últimos anos. A aquisição da Spirit AeroSystems pela Boeing reflete o esforço da empresa para reverter a fragmentação produtiva agravada pela pandemia e recuperar competitividade frente à Airbus.

Cadeia aeronáutica global e perspectivas

Caso confirmada, a aquisição da Spirit AeroSystems pela Boeing reforçará a tendência de consolidação da indústria aeroespacial global. Especialistas apontam que a medida pode fortalecer a Boeing nos programas comerciais 737 MAX e 787 Dreamliner, reduzindo gargalos e custos de produção. No entanto, a integração exigirá ajustes operacionais e diplomáticos com parceiros internacionais — especialmente com a Airbus, que continuará compartilhando parte da base produtiva da Spirit.

Espera-se que a aprovação da União Europeia, mesmo com exigências, redefina o equilíbrio entre Boeing e Airbus na cadeia global de fornecimento de aeronaves. Essa mudança marca uma nova etapa da disputa industrial entre as duas gigantes do setor.

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