A crise do metanol já provoca forte impacto no setor de bares e restaurantes de São Paulo, onde metade dos estabelecimentos registrou queda nas vendas no último fim de semana. É o que aponta o levantamento feito pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Segundo a Associação, o temor dos consumidores após a confirmação de casos de intoxicação por bebidas adulteradas reduziu o movimento e gerou perdas médias de 13% no faturamento, conforme dados da Cielo.
Casos de intoxicação e investigações em andamento
O Governo de São Paulo confirmou 18 casos de intoxicação por metanol no estado, com três mortes já reconhecidas oficialmente e sete óbitos sob investigação. Ao todo, foram 176 notificações desde o início das apurações, das quais 158 permanecem em análise e 15 foram descartadas após exames toxicológicos.
A Secretaria da Saúde informou que as ocorrências se concentram principalmente na Grande São Paulo e na capital, onde agentes sanitários realizaram mais de 100 interdições de bares e depósitos suspeitos de comercializar bebidas contaminadas.
Reação do setor à crise do metanol
A Abrasel-SP relatou que o medo dos consumidores tem provocado cancelamentos de reservas e redução no consumo de drinks e destilados. Por isso, muitos estabelecimentos passaram a reforçar controles de procedência, além de divulgar selos de segurança e notas fiscais de fornecedores para reconquistar a confiança do público.
Ainda, o setor cobra ações mais firmes das autoridades para coibir a circulação de bebidas falsificadas e acelerar a fiscalização nos canais de distribuição.
Impacto econômico e desafios
A retração no consumo preocupa empresários e trabalhadores, especialmente em um período de expectativa de alta nas vendas devido ao feriado do Dia das Crianças.
De acordo com a Abrasel, a queda média de 13% no faturamento representa perdas estimadas em R$ 80 milhões apenas na região metropolitana. Pequenos bares, com menor margem de lucro, são os mais afetados pela crise do metanol, relatando dificuldades para manter custos fixos e folha de pagamento.
Crise do metanol expõe fragilidades no controle de bebidas
A crise do metanol evidencia falhas estruturais na cadeia de fiscalização de bebidas e reforça a necessidade de rastreabilidade obrigatória de insumos e distribuidores. Especialistas afirmam que a contaminação por metanol, substância altamente tóxica usada indevidamente na adulteração de álcool, pode causar cegueira e morte em pequenas doses.
Nesse cenário, a atuação dos órgãos estatais, como a Secretaria de Saúde de SP, é essencial para enfrentar a crise.A resposta do poder público será decisiva para conter o avanço do problema e restaurar a confiança no setor. É um passo crucial para manter a saúde de um dos setores representativos do turismo e do entretenimento paulistano.