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Inflação de setembro acelera para 0,48%, puxada por combustíveis e alimentos

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,48% em setembro, impulsionado por combustíveis e alimentos, segundo o IBGE. A inflação acumulada em 12 meses chegou a 4,4%, dentro da meta, mas com tendência de alta. A gasolina foi o principal fator de pressão, enquanto a energia elétrica teve queda e evitou avanço maior do índice. O resultado reacende o debate sobre os próximos passos do Banco Central e reduz as expectativas de novos cortes na taxa Selic até o fim do ano.
Inflação de setembro é impulsionada por alta da gasolina e alimentos
A alta da gasolina foi o principal fator de pressão sobre a inflação de setembro (Imagem: Public Domain Pictures)

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — indicador oficial utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para medir a inflação no Brasil — apresentou alta de 0,48% em setembro, após variação de 0,23% em agosto, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (09/10).

A inflação de setembro foi a maior desde abril e elevou o acumulado em 12 meses para 4,4%, dentro do intervalo da meta, mas com tendência de aceleração no curto prazo. O resultado reflete, sobretudo, o impacto da gasolina e dos alimentos sobre o orçamento das famílias, além de sinalizar cautela ao Banco Central (BC) quanto à manutenção da política monetária atual.

Combustíveis e alimentos impulsionam inflação de setembro

Os combustíveis lideraram as altas no mês, com destaque para a gasolina, que subiu 2,8% e teve o maior impacto individual sobre o índice. Além disso, o grupo de alimentação e bebidas também voltou a subir, avançando 1,1%, impulsionado por produtos como arroz, tomate e leite.

Segundo o IBGE, sete dos nove grupos de despesas pesquisados apresentaram variação positiva em setembro, o que demonstra uma difusão mais ampla da alta de preços. Entre os destaques:

  • Gasolina: +2,8%
  • Alimentação no domicílio: +1,1%
  • Transporte: +1,1%
  • Habitação: -0,4% (queda puxada pela energia elétrica)

Apesar da alta, a inflação de setembro ainda se mantém próximo do centro da meta de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo

Dúvidas sobre o IPCA? Assista à explicação abaixo:

Energia elétrica tem queda e evita pressão maior no índice

O grupo de habitação registrou retração de 2,6% em setembro, resultado da redução nas tarifas de energia elétrica residencial em diversas regiões. Essa queda ajudou a compensar parte da alta na inflação de setembro em combustíveis e alimentos. Assim, ajudou a impedir que o IPCA superasse meio ponto percentual. Além disso, itens como gás de botijão e água encanada apresentaram estabilidade, contribuindo para conter a pressão sobre o índice.

No acumulado de 2025, a inflação atinge 3,2%, ligeiramente acima do observado no mesmo período de 2024 (3,0%). Por isso, a variação reforça a percepção de que o ciclo de alta pode se prolongar nos meses seguintes.

Expectativas do Banco Central e cenário de juros

O resultado de setembro reacendeu o debate sobre os próximos passos do Comitê de Política Monetária (Copom). Com o IPCA em aceleração e os preços de alimentos ainda pressionados, parte do mercado passou a considerar improvável uma nova redução da taxa Selic nas próximas reuniões.

De acordo com o boletim Focus, divulgado pelo BC, a projeção para o IPCA de 2025 está em 4,3%, próxima ao limite superior da meta. Para analistas, esse cenário exigirá cautela nas decisões de política monetária, especialmente diante de incertezas fiscais e da retomada dos preços administrados.

Inflação de setembro indica desafios até o fim do ano

A inflação de setembro reforça um quadro de instabilidade no comportamento dos preços, especialmente entre bens essenciais. Embora o controle monetário e a queda da energia elétrica tenham limitado parte da pressão, o aumento nos combustíveis e nos alimentos cria um desafio adicional para manter o IPCA dentro da meta anual.

Nos próximos meses, o desempenho do câmbio e as condições climáticas devem ser decisivos para o rumo da inflação. Por isso, caso as pressões persistam, o espaço para novos cortes de juros tende a se estreitar, ampliando o debate sobre a sustentabilidade da política fiscal e monetária brasileira.

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