A Instituição Fiscal Independente (IFI) divulgou nesta sexta-feira (10/10) novas projeções sobre a dívida pública em 2026, apontando um cenário de alerta para as contas do governo. Segundo o órgão, a dívida bruta da União deve encerrar 2025 em 77,6% do Produto Interno Bruto (PIB) e alcançar 82,4% em 2026, o maior nível desde a pandemia. A IFI já havia relatado preocupação com a trajetória da dívida pública em meados deste ano.
Além disso, o relatório prevê deterioração fiscal e pede um novo pacto federativo entre União, Estados e municípios para restaurar a confiança na política econômica.
IFI alerta para desequilíbrio nas contas públicas
De acordo com o documento, o avanço da dívida pública em 2026 está relacionado ao aumento das despesas obrigatórias e à queda na arrecadação. A IFI afirma que o crescimento das renúncias fiscais e a rigidez orçamentária reduzem o espaço para investimento e dificultam o equilíbrio das contas.
“Há uma deterioração estrutural das finanças públicas, que exige coordenação entre os entes federativos”, disse o diretor-executivo da instituição, Daniel Couri. O órgão calcula ainda que o déficit primário do governo central pode superar 0,7% do PIB em 2025, ampliando a pressão sobre as contas públicas e sobre a dívida pública em 2026.
Como a dívida pública influencia a economia
A dívida pública tem papel fundamental na economia. Ela permite que o governo capte recursos para financiar obras, programas sociais e políticas de crédito. Por isso, em períodos de desaceleração, o endividamento pode ser um instrumento de estímulo ao crescimento, garantindo liquidez ao mercado e segurança ao sistema financeiro.
Os títulos públicos também servem de base para as taxas de juros do país, afetando o custo do crédito e o nível de investimento privado. Portanto, com o aumento esperado da dívida pública em 2026, todos esses aspectos podem ser afetados.
Riscos e desafios para conter a dívida pública em 2026
Especialistas alertam que o crescimento da dívida pública em 2026 pode reduzir a capacidade de investimento do Estado e elevar o custo dos financiamentos. Por isso, quanto maior o endividamento, maior tende a ser a desconfiança dos investidores, o que encarece a rolagem da dívida e pressiona os juros.
Para a IFI, conter o avanço da dívida pública em 2026 exige um novo pacto fiscal, com controle de gastos, revisão de benefícios tributários e metas realistas de resultado primário. O órgão reforça que, sem coordenação entre governo federal e entes subnacionais, o país poderá enfrentar mais dificuldades para estabilizar sua dívida pública e manter o crescimento econômico.