O crédito do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) para exportadores totalizou R$ 1,6 bilhão entre 30/07 e 13/10, apoiando diretamente empresas afetadas pelo tarifaço imposto pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. O prazo médio de aprovação dos financiamentos caiu para 18 dias, muito abaixo dos 60 dias habituais no banco.
47 operações foram aprovadas, abrangendo segmentos como:
- Açúcar (R$ 220 milhões)
- Alimentos (R$ 249,7 milhões)
- Equipamentos elétricos (R$ 191,1 milhões)
- Café (R$ 108,9 milhões)
- Utensílios domésticos (R$ 79,5 milhões).
A linha Giro Diversificação é parte do Plano Brasil Soberano. O objetivo do Plano é acelerar a análise de projetos e viabilizar a expansão para novos mercados após o tarifaço instituído pelo governo norte-americano.
Crédito do BNDES para exportadores ganha rapidez inédita
O corte no tempo de aprovação é sinal de mudança estrutural na operação do banco. A tramitação mais curta permitiu resposta imediata à crise provocada pelo tarifaço. Além disso, consolidou o BNDES como um dos principais instrumentos de mitigação dos efeitos da política comercial americana. Segundo o governo, o objetivo é manter o mesmo padrão de celeridade em outras linhas de apoio ao comércio exterior.
Resposta brasileira à sobretaxa de 50%
A medida americana, assinada por Donald Trump em 30/07, determinou sobretaxa de 50% sobre 3,8 mil produtos brasileiros a partir de 06/08, preservando cerca de 700 itens. Setores como o de suco de laranja e o de aeronaves ficaram parcialmente isentos, mas o agronegócio e a indústria leve foram os mais atingidos.
Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, “a agilidade na aprovação de projetos para que as empresas busquem novos mercados é resultado do empenho dos empregados do BNDES em atender ao chamado do presidente Lula de não deixar nenhuma empresa para trás.” O dirigente confirmou o crédito do BNDES para exportadores inclui outras 66 operações, totalizando R$ 2 bilhões, estão em análise.
Estímulo à diversificação das exportações brasileiras
As exportações financiadas com os novos recursos têm como destino Suíça, Reino Unido, Canadá, França, Argentina, Bolívia, Equador, Chile, Paraguai, República Dominicana e Uruguai. Essa dispersão geográfica representa um esforço de diversificação de mercados, estratégia considerada essencial diante do ambiente internacional mais restritivo.
Economistas destacam que setores como açúcar, alimentos e manufaturados devem consolidar contratos fora do eixo norte-americano. Assim, reduziria-se a dependência do Brasil em relação aos Estados Unidos.
Nova rota para o crédito exportador
O crédito do BNDES para exportadores evidencia o esforço do governo em reequilibrar o comércio exterior e conter perdas provocadas pelo tarifaço dos EUA. Embora o impacto sobre a balança comercial ainda dependa do desempenho do quarto trimestre, especialistas avaliam que a resposta rápida do banco cria um precedente relevante de política anticíclica.
Assim, a continuidade dessa linha pode redefinir o papel do BNDES na estratégia de inserção global da economia brasileira.