As tensões da guerra comercial EUA x China dominaram o clima das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, realizadas em Washington, esta semana (13/10). As novas ameaças tarifárias do presidente Donald Trump reacenderam o temor de uma crise comercial total entre as duas maiores economias do mundo.
Trump ameaçou impor 100% de impostos sobre produtos chineses, o que provocou forte queda nas bolsas e desfez parte do otimismo recente nos mercados. Em resposta, o governo chinês anunciou tarifas equivalentes sobre navios e empresas americanas, elevando novamente a guerra comercial EUA x China. Disputa que havia sido atenuada por uma trégua parcial desde maio.
FMI alerta para riscos ao crescimento global devido guerra comercial
A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, afirmou que a economia mundial demonstrou “resiliência comprovada”, mas advertiu que os riscos negativos ainda dominam as previsões. Por esse motivo, o FMI estima crescimento global de 3,0% em 2025, ligeiramente abaixo dos 3,3% de 2024, mas pode revisar a projeção diante das intriga comercial EUA x China.
Além disso, analistas alertam que o conflito pode pressionar o comércio internacional e abalar a confiança dos investidores. O que comprometeria a recuperação global que ainda se levanta após período de crises. As reuniões reúnem mais de 10 mil autoridades de 190 países, entre ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais. Por conta disso, o encontro, que deveria discutir política fiscal e estabilidade, acabou dominado pelos efeitos da guerra comercial EUA x China.
Guerra comercial EUA x China: Trump desafia Pequim e pressiona mercados
A ameaça de Trump provocou a maior liquidação de ações dos Estados Unidos em meses, segundo a agência Reuters, em meio à preocupação com os impactos da disputa tarifária. Já a China reagiu impondo tarifas equivalentes e mantendo o controle sobre as exportações de terras raras. Estes são insumos essenciais para a indústria tecnológica americana.
Para Martin Muehleisen, ex-diretor de estratégia do FMI, o movimento de Trump pode ser tática de negociação, mas tarifas de 100% trariam “turbulências severas nos mercados globais”.
Incerteza domina a agenda financeira global
Por conta do atual cenário, o clima de instabilidade transformou as reuniões em um espaço de alerta e precaução. Mas, enquanto o FMI tenta reforçar sua mensagem de estabilidade, a guerra comercial EUA x China voltou a ameaçar o crescimento sustentado que parecia se consolidar.
Para Georgieva, este é um “momento de incerteza excepcional”, no qual decisões políticas precipitadas podem custar anos de recuperação econômica.