A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para 04 e 05 de novembro (04/11 e 05/11), já concentra o foco do mercado financeiro. Mesmo no meio de outubro, as apostas indicam Taxa Selic mantida em 15%. Enquanto isso, novos indicadores econômicos começam a ser divulgados. Entre eles estão a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), que sai na quarta-feira (15/10), e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), previsto para 24/10. Esses dados são essenciais para calibrar as expectativas sobre a próxima reunião do Copom.
O que é o Copom e o que faz
O Copom é formado pelo presidente e pelos diretores do Banco Central do Brasil (BCB). Sua principal função é definir a Taxa Básica de Juros (Selic), instrumento central de controle da inflação. As reuniões do Copom ocorrem a cada 45 dias, em dois dias seguidos. No primeiro, são analisados os cenários econômicos. No segundo, ocorre a votação. A decisão é divulgada ao final da reunião do Copom, e a ata com as justificativas sai na semana seguinte.
As resoluções tomadas durante uma reunião do Copom influenciam o crédito, o câmbio e os investimentos. Quando a inflação ameaça ultrapassar a meta, o comitê eleva a Selic. Quando há espaço para estímulo, reduz. Atualmente, a estratégia é manter a taxa em 15% para consolidar o controle dos preços e observar os efeitos sobre a economia.
Confira as datas das próximas reuniões do Copom em 2025:
- 04 e 05 de novembro
- 09 e 10 de dezembro
Reunião do Copom: indicadores e expectativas
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará nesta quarta-feira (15/10) a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), que mede as vendas do varejo em agosto. O resultado mostrará se o consumo das famílias continua sustentando a atividade econômica. Além disso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) de outubro, previsto para 24/10, servirá como termômetro da inflação.
Esses dois indicadores ajudam o mercado a ajustar as apostas para a próxima reunião do Copom. Eles também influenciam as taxas de juros negociadas na B3 – Brasil, Bolsa, Balcão e a percepção de risco no câmbio. Portanto, o comportamento dessas variáveis tende a definir o tom da próxima reunião do Copom, assim como do comunicado do Banco Central (BC) em novembro.
Balanços 3T25 e impacto na próxima reunião do Copom
A temporada de resultados corporativos, que ocorre entre 20/10 e 14/11, deve adicionar volatilidade ao mercado. Vale S.A. divulgará seu balanço em 30/10, Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras) em 06/11, e Ambev S.A. também em 30/10. O desempenho dessas empresas pode influenciar o Índice Bovespa (Ibovespa), sobretudo nos setores de commodities e bancos.
Relatórios de BTG Pactual e Genial Investimentos indicam que a rotação setorial deve se intensificar à medida que as empresas revelem seus resultados. Margens sólidas e revisões positivas de guidance podem reduzir parte do pessimismo recente. Esse movimento, aliado às decisões da próxima reunião do Copom, será determinante para o sentimento do mercado.
Juros e inflação na pauta do mercado
Com a Taxa Selic estável no radar e dados do varejo no meio da semana, a curva de juros tende a refletir as expectativas para novembro. Caso o IPCA-15 confirme inflação contida e as grandes empresas apresentem lucros consistentes, o mercado pode reduzir os prêmios de risco. Assim, a próxima reunião do Copom pode marcar o início de um ambiente mais favorável à renda variável no fim de 2025.
