O apagão nacional registrado na madrugada desta terça-feira (14/10) foi provocado por um incêndio em um reator da subestação Bateias, da Eletrobras, no Paraná. Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a falha começou às 0h32 e atingiu partes de todos os estados do país e o Distrito Federal.
As autoridades federais e locais restabeleceram o fornecimento gradualmente a partir de 1h30, com normalização total cerca de duas horas e meia após o incidente.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) enviou técnicos ao local para realizar uma inspeção presencial e identificar as causas da interrupção. “A fiscalização da agência se deslocará ainda hoje para realizar inspeção in loco na subestação afetada e averiguar as causas da interrupção”, informou a Aneel em nota. A agência também anunciou processos de fiscalização para apurar a responsabilidade dos agentes envolvidos.
Causas preliminares do apagão nacional
O ONS apontou o incêndio como causa provável do apagão nacional. O fogo provocou uma reação em cadeia no Sistema Interligado Nacional (SIN), e portanto desequilibrou a oferta e a demanda de energia. Apesar da gravidade, integrantes do governo descartaram sabotagem. O episódio, segundo fontes oficiais, decorreu de falha pontual em equipamentos, sem relação com falta de capacidade estrutural do sistema elétrico.
Fragilidade do sistema interligado
Especialistas destacam que o apagão nacional desta madrugada revelou vulnerabilidades na segurança do SIN. Por exemplo, mecanismos automáticos poderiam conter um incêndio isolado, evitando o desligamento completo da subestação. Assim, a falha de contenção gerou efeitos em cascata que se espalharam por todo o país. De fato, desde o ano passado, a Aneel já propunha uma atualização do mapa nacional de blecautes para monitoramento em tempo real de imóveis sem energia.
Portanto, o apagão desta madrugada reacendeu o debate sobre protocolos de redundância e controle da rede elétrica. Agora, técnicos da Aneel estudam revisar normas de segurança para reduzir o risco de falhas amplas provocadas por incidentes locais.
Desdobramentos e próximos passos
Nos próximos dias, espera-se que a Aneel e o ONS divulguem o relatório preliminar com as causas técnicas do apagão nacional e recomendações preventivas. Por sua vez, a Eletrobras, responsável pela subestação, também será chamada a prestar esclarecimentos.
Neste cenário, o caso deve acelerar discussões sobre modernização da infraestrutura elétrica, governança das estatais e planos de contingência do SIN, evidenciando a urgência de reforçar a proteção e investir em tecnologia.