O presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou nesta quarta-feira (15/10) que Brasil e Estados Unidos darão início, na quinta-feira (16/10), a uma nova rodada de negociações bilaterais para discutir o tarifaço de 50% imposto sobre exportações brasileiras e as sanções aplicadas a autoridades nacionais. Portanto, a retomada das relações entre Lula e Trump pode ser o primeiro passo para o fim do tarifaço.
O encontro ocorrerá em Washington entre o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Vieira chegou à capital americana no início da semana. Os dois já haviam conversado em 09/10.
A decisão marca o primeiro esforço formal de reaproximação desde que as tarifas entraram em vigor, no início de agosto. A conversa telefônica entre Lula e o presidente Donald Trump, em 06/10, destravou as tratativas diplomáticas. Assim, o diálogo abriu espaço para uma negociação mais pragmática. Os presidentes das duas nações retomaram contato em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
Reaproximação entre Lula e Trump: efeitos econômicos para o Brasil
Sob o pano de fundo das tratativas políticas, o Itamaraty conduz uma estratégia voltada a resultados econômicos. O objetivo é suavizar as barreiras tarifárias impostas pelos Estados Unidos. Além disso, o governo busca reabrir espaço para produtos industriais brasileiros no mercado americano, especialmente nos setores metalúrgico e de manufaturados. Fontes da diplomacia indicam que o governo busca também um compromisso de não ampliação das sanções a autoridades nacionais.
A interlocução direta de Lula com Trump é uma tentativa de conter danos comerciais e reposicionar o Brasil num cenário global marcado pela competição entre o Brics e os Estados Unidos. A retomada do diálogo deve servir como sinal de que o país pretende preservar o pragmatismo nas relações exteriores, mesmo diante de diferenças políticas e ideológicas.
Novos rumos da relação bilateral
Se bem-sucedida, a reunião poderá inaugurar uma fase de cooperação econômica entre Brasília e Washington. Além disso, a revisão do tarifaço e a criação de um canal permanente de negociação abririam espaço para ganhos no comércio bilateral.
No curto prazo, a diplomacia de Lula e Trump se converte em um teste sobre até que ponto a interlocução direta pode se transformar em benefício concreto para a economia brasileira.