A indenização da Auren Energia por investimentos da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) foi aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na terça-feira (14/10). O valor de R$ 498,8 milhões cobre investimentos não amortizados nas usinas hidrelétricas de Jupiá, Ilha Solteira, Paraibuna e Jaguari.
O reconhecimento chega em um momento de forte pressão financeira para a companhia. No segundo trimestre de 2025, a Auren Energia (AURE3) registrou prejuízo líquido de R$ 562,9 milhões, valor 32 vezes maior que o do mesmo período de 2024. Condições hidrológicas adversas e queda nos preços de energia agravaram o resultado.
A indenização deve funcionar como reforço de caixa e ajuda a recompor o capital investido pela Cesp.
A decisão foi favorável à Cesp, subsidiária da Auren. O cálculo usa a Base de Remuneração Regulatória (BRR) Líquida, que reconhece bens reversíveis não amortizados. Esses ativos, ao fim da concessão, retornam à União. Dessa forma, a medida garante à companhia o direito de ressarcimento pelos aportes realizados durante o período de operação.
Indenização da Auren Energia seguirá para análise do MME
Após a aprovação, a Aneel enviará o processo ao Ministério de Minas e Energia (MME). O ministério definirá o meio de pagamento, o fator de correção monetária e o cronograma de desembolso.
“Após a publicação da decisão no Diário Oficial da União, a Aneel enviará os autos do processo ao Ministério de Minas e Energia para as providências relativas ao reconhecimento da indenização, incluindo a definição do meio de pagamento, o fator de correção monetária aplicável sobre o valor indenizável e o cronograma de pagamento,” informou a Auren Energia.
Com isso, a companhia entra na etapa final de um processo regulatório iniciado há anos.
Decisão da Aneel reforça previsibilidade
A indenização da Auren Energia reforça a previsibilidade regulatória do setor elétrico. O reconhecimento dos valores aplicados pela Cesp confirma que o marco legal assegura ressarcimento aos investimentos feitos em concessões. Assim, a decisão amplia a confiança dos investidores e garante estabilidade institucional.
A medida também ajuda no equilíbrio financeiro da Auren Energia, controlada pela Votorantim Energia e pela CPP Investments. Com o valor aprovado, a companhia fortalece o caixa e mantém sua estratégia de diversificação em geração e comercialização de energia.
Reflexos financeiros da indenização da Auren Energia
O MME ainda precisa homologar o valor e definir o índice de atualização antes do pagamento. Se o processo for concluído até o fim de 2025, o impacto poderá aparecer nos resultados anuais da companhia.
Especialistas afirmam que decisões desse tipo aumentam a confiança regulatória e reduzem o risco percebido pelos investidores. Após a homologação, a Auren deve registrar a indenização da Auren Energia em seu balanço consolidado, o que sinaliza recuperação gradual e estabilidade financeira.