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Gasolina 10% mais cara no Brasil acirra debate sobre Petrobras

A gasolina brasileira está 10% acima do preço internacional, segundo a Abicom e o Cbie. A defasagem reacende o debate sobre a política de preços da Petrobras e as distorções entre gasolina e diesel.
Refinaria de petróleo no Brasil com destaque para tanques e dutos — gasolina 10% mais cara pressiona política de preços da Petrobras.
A gasolina no Brasil, 10% mais cara do que no exterior, reacende o debate sobre paridade de importação e política de preços da Petrobras. (Imagem: João Paulo Ceglinski / Agência Brasil)

A gasolina no Brasil, atualmente 10% mais cara do que no mercado internacional, vem reacendendo o debate sobre a política de preços da Petrobras. Segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) e do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), o valor interno está acima da paridade de importação. Por sua vez, o diesel permanece abaixo dos preços externos.

Para alcançar a paridade de importação (PPI), a gasolina precisaria cair R$ 0,28 por litro nas refinarias. O diesel, por outro lado, tem defasagem oposta: está entre 1,4% e 4% mais barato no Brasil. É o equivalente a um reajuste de R$ 0,11 a R$ 0,14 por litro para igualar o preço internacional. Portanto, essa diferença cria distorções no mercado e afeta a competitividade de importadores independentes.

Debates sobre a política de preços e a gasolina 10% mais cara

O último reajuste da Petrobras ocorreu em junho, com queda de R$ 0,17 por litro na gasolina, e em maio, com redução de R$ 0,16 por litro no diesel. Desde então, a estatal tem evitado novas alterações, priorizando estabilidade de preços internos em meio à volatilidade do petróleo.

De acordo com a Abicom, a gasolina 10% mais cara resulta de um cenário em que as refinarias mantêm margens elevadas, abrindo espaço para importações privadas. Já o diesel barato cria pressão inversa, favorecendo o consumo interno, mas reduzindo a atratividade de importadores.

Influência do mercado internacional

O mercado internacional também influencia a gasolina 10% mais cara no Brasil do que no exterior. A cotação do barril de petróleo se mantém próxima de US$ 60 em 17/10, após a decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) de ampliar a produção em volume abaixo do esperado. A decisão da Opep+ reduziu o ritmo de alta dos preços globais.

Conforme o Economic News Brasil relatou na última quarta-feira (15/10), a recente queda no preço do petróleo manteve o Brent e o WTI nos valores mínimos dos últimos cinco meses. A queda segue o aumento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Ainda, o cenário foi acirrado pelo alerta da Agência Internacional de Energia (IEA) de superávit global em 2026.

O aumento da produção da Opep+ e a fraqueza da demanda reforçam o cenário de excesso de oferta, o que pode explicar parte da defasagem observada entre os combustíveis no Brasil, com gasolina 10% mais cara, e no mercado externo.

Cenário regulatório em transição

A política de preços da Petrobras segue sob escrutínio do setor e do governo, que buscam equilibrar competitividade e previsibilidade. Segundo avaliação da Abicom, a defasagem atual entre gasolina e diesel pode forçar revisões na política de alinhamento aos preços internacionais nas próximas semanas. Porém, tudo dependerá da trajetória do petróleo e do câmbio.

O debate sobre a gasolina 10% mais cara no Brasil volta, assim, ao centro da agenda energética nacional.

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