O Índice Geral de Preços (IGP-10) subiu 0,08% em outubro, após variação de 0,21% em setembro, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV), publicados nesta sexta-feira (17/10). O índice acumula queda de 0,98% no ano e alta de 1,60% em 12 meses, de acordo com o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE). Em outubro de 2024, o indicador havia avançado 1,34%, com alta acumulada de 5,10% no mesmo intervalo.
O resultado de outubro indica desaceleração da inflação ao produtor e pressão moderada sobre o consumo. Conforme o economista Matheus Dias, do FGV IBRE, “os preços agropecuários registraram quedas expressivas em arroz, soja e bovinos. Serviços e preços administrados continuam influenciando os preços ao consumidor, mas agora pressionam para cima.”
IGP-10 de outubro e comportamento do produtor
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,04%, revertendo a alta de 0,27% do mês anterior. Para esse fim, quedas em commodities agrícolas foram determinantes:
- Arroz (em casca): -7,63%
- Soja (em grão): -1,22%
- Bovinos: -1,40%
- Farelo de soja: -1,81%
Além disso, essas retrações foram compensadas parcialmente por aumentos em:
- Milho (em grão): +2,60%
- Café (em grão): +3,05%
- Carne de aves: +3,21%
O grupo de Matérias-Primas Brutas passou de alta de 0,95% para queda de 0,23%, enquanto Bens Finais aceleraram de -0,10% para 0,45%. Por esse motivo, o comportamento do atacado revela perda de força das commodities agrícolas e estabilidade entre produtos industriais, fator que causa variação no índice geral de preços.
Índice Geral de Preços e pressão do consumo
Enquanto isso, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,48% em outubro, revertendo a deflação de 0,13% registrada em setembro. Entre as oito classes de despesa que compõem o indicador, sete apresentaram aceleração.
Os maiores impactos vieram de:
- Habitação: +1,41%
- Energia elétrica residencial: +5,67%
- Condomínio residencial: +1,96%
- Educação, Leitura e Recreação: +1,27%
- Cinema: +12,86%
- Transportes: +0,33%
- Passagens aéreas: +10,93%
Já o grupo Alimentação mostrou queda leve de 0,12%, com destaque para:
- Cebola: -11,85%
- Batata-inglesa: -8,44%
- Tomate: -6,83%
Essas variações reforçam que os preços de serviços e tarifas públicas voltaram a impulsionar o custo de vida, após um mês de retração.
Já o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) aumentou 0,21%, abaixo da taxa de 0,42% de setembro. A moderação foi influenciada pela mão de obra, cuja variação passou de 0,71% para 0,16%.
Os componentes tiveram o seguinte desempenho:
- Materiais e Equipamentos: +0,27%
- Serviços: +0,15%
- Mão de obra: +0,16%
Principais altas no setor:
- Cimento Portland comum: +1,01%
- Tubos e conexões de PVC: +1,38%
- Eletrodutos de PVC: +1,71%
Itens em queda:
- Impermeabilizantes: -0,47%
- Materiais elétricos: -0,14%
Perspectivas e variação do IGP-10
A leitura de outubro sugere que o Índice Geral de Preços deve manter trajetória estável até o fim do ano, com equilíbrio entre deflação no atacado e reajustes pontuais no consumo.
Os fatores que explicam esse cenário incluem uma desaceleração das commodities agrícolas, que reduz custos de produção; uma moderação da construção civil, com avanço menor da mão de obra. E por fim, a persistência de pressões em serviços e tarifas, especialmente energia elétrica.
Já a próxima divulgação do Índice Geral de Preços (IGP-10), referente ao período de 11 de outubro a 10 de novembro (11/10 a 10/11), será publicada em 14 de novembro de 2025 (14/11), conforme calendário do FGV IBRE.