Em meio à crise de tarifas EUA-China, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta sexta-feira (17/10) que tarifas de 100% que ele ameaçou impor são “insustentáveis” e precisarão ser revistas. A declaração foi feita em entrevista à Fox News e marca um tom mais moderado na política comercial norte-americana. Além disso, o republicano confirmou planos de se reunir com o presidente chinês Xi Jinping até o fim de outubro, após visita oficial à Coreia do Sul.
Durante a entrevista, Trump afirmou que “precisa haver um acordo justo” entre as duas economias, sinalizando disposição para renegociar medidas criadas em sua gestão anterior. A mudança ocorre em meio à desaceleração global e à inflação elevada nos Estados Unidos, fatores que encarecem importações e pressionam o setor industrial. Por essa razão, o gesto é interpretado como tentativa de conter impactos econômicos e diplomáticos da guerra de tarifas entre EUA e China
Negociação de tarifas entre EUA e China segue tom calculado
Em respeito ao verdadeiro embate de tarifas entre EUA e China, Trump explicou que o endurecimento inicial faz parte de uma estratégia de negociação baseada em pressão. O método, segundo ele, é semelhante ao descrito em seu livro A Arte da Negociação (1987). “A estratégia é simples: no começo, estabeleça acordos duros e depois negocie concessões”, afirmou.
De acordo com analistas, a retirada sobre a pressão de tarifas dos EUA à China representa um recuo tático. O objetivo é equilibrar a imagem de firmeza com a necessidade de reduzir tensões comerciais que vinham afetando cadeias globais de suprimentos e elevando custos. Assim, Trump busca mostrar controle do processo sem parecer frágil diante de Pequim.
Efeitos da guerra de tarifas EUA-China sobre o comércio global
As tarifas EUA-China atingem setores sensíveis, como tecnologia, semicondutores e equipamentos industriais. Desde o aumento das alíquotas, empresas americanas relatam perda de competitividade e aumento de custos logísticos. Por isso, o recuo é visto por investidores como tentativa de recuperar previsibilidade e aliviar pressões inflacionárias domésticas.
Enquanto isso, a China amplia sua influência sobre cadeias produtivas regionais. O gesto de Trump também se conecta à busca dos Estados Unidos por reposicionamento diplomático na Ásia. Caso o diálogo avance, o mercado espera um alívio tarifário gradual, com efeitos positivos sobre importadores e consumidores.
Cenário de reequilíbrio comercial
Apesar do tom conciliador—contrário à agressividade de tarifas entre EUA e China desde o início de seu mandato—, Donald Trump mantém a diretriz de proteger a indústria nacional. Além disso, especialistas observam que a aproximação com Pequim não representa abandono da política de defesa econômica. Pelo contrário, trata-se de uma tentativa de calibrar custos e estabilidade sem abrir mão da narrativa de força.
Nesse cenário, uma revisão das tarifas EUA-China tende a ser interpretada como ajuste estratégico, e não como capitulação. Portanto, se o encontro com Xi Jinping confirmar uma nova fase de diálogo, o comércio global pode respirar aliviado, apesar da disputa entre as duas potências não esfriar completamente, ainda moldando o rumo da economia mundial.