Os centros financeiros asiáticos, impulsionados pelos principais bancos chineses, são polos urbanos que concentram bancos, bolsas de valores, fundos de investimento, seguradoras e grandes corporações. Neles, o dinheiro circula em múltiplas direções, financiando empresas, governos e tecnologia. O que diferencia essas cidades é a combinação entre estabilidade política, conectividade global e infraestrutura digital. Hong Kong, Singapura, Xangai e Tóquio representam o modelo asiático de capital globalizado, com alto nível de governança, presença de bancos de investimentos e fintechs internacionais que fortalecem o protagonismo econômico da região.
Essa estrutura explica por que, em 2025, a Ásia passou a ocupar o centro do mapa financeiro mundial.
O avanço dos centros financeiros asiáticos é confirmado pelo Global Financial Centres Index 38 (GFCI 38), que mostrou a região com desempenho acima da média global. Hong Kong alcançou 764 pontos e manteve o 3º lugar mundial, logo à frente de Singapura, com 763. Já a China continental reforçou sua força financeira com quatro cidades entre as 20 melhores do planeta: Xangai, Shenzhen, Pequim e Hangzhou.
Principais posições do GFCI 38 (2025):
- Hong Kong – 764 pontos (3º global)
- Singapura – 763 pontos (4º global)
- Xangai – 751 pontos (8º global)
- Shenzhen – 750 pontos (9º global)
- Seul – 749 pontos (10º global)
- Tóquio – 744 pontos (15º global, +14 posições)
- Pequim – 732 pontos (18º global)
- Média de crescimento regional: +1,27%
Concorrência financeira entre Hong Kong e Singapura
Esse avanço não acontece isoladamente. A disputa entre Hong Kong e Singapura tornou-se o símbolo da nova dinâmica dos centros financeiros asiáticos. Hong Kong atua como elo entre o capital chinês e o Ocidente, enquanto Singapura se posiciona como hub de tecnologia financeira e gestão de fortunas. Ambas investem em compliance rigoroso, estabilidade jurídica e atração de multinacionais. A complementaridade entre as duas fortalece toda a região, que opera cada vez mais como um ecossistema integrado de fluxos de capital.
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Confira no vídeo mais informações sobre a ascensão econômica de Singapura:
Bancos chineses e a força dos centros financeiros asiáticos
O protagonismo dos centros financeiros asiáticos também se confirma no domínio bancário global, impulsionado pelo avanço das instituições chinesas e japonesas. As cifras divulgadas pela S&P Global Market Intelligence revelam a força desses gigantes, que concentram parte expressiva do capital mundial e sustentam a posição da Ásia no topo das finanças internacionais.
Maiores bancos da Ásia em 2025:
- Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) – US$ 6,68 trilhões em ativos
- Agricultural Bank of China (ABC) – US$ 5,92 trilhões
- China Construction Bank (CCB) – US$ 5,58 trilhões
- Bank of China (BOC) – US$ 4,80 trilhões
- Mitsubishi UFJ Financial Group (MUFG – Japão) – US$ 2,62 trilhões
- Sumitomo Mitsui Financial Group (SMFG – Japão) – US$ 1,97 trilhão
- Mizuho Financial Group (Japão) – US$ 1,80 trilhão
Juntas, essas instituições respondem por cerca de 30% dos ativos bancários globais, evidenciando a capacidade dos centros financeiros asiáticos de sustentar economias inteiras e redefinir o equilíbrio do sistema financeiro mundial.
O sistema bancário asiático é o alicerce dos centros financeiros asiáticos, reconhecido por sua integração e capacidade de atrair investimentos globais. O Global Financial Centres Index 38 (GFCI 38) destaca que a diversificação dos serviços — de crédito corporativo a private banking — fortalece a intermediação financeira em toda a região e amplia a competitividade internacional dos bancos asiáticos.
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Destaques do setor bancário na Ásia em 2025:
- DBS Bank (Singapura): eleito pela Global Finance como o banco mais seguro da Ásia, referência em inovação digital e governança.
- State Bank of India (Índia): o maior banco indiano, com US$ 840 bilhões em ativos, consolidando o país como potência emergente no cenário financeiro regional.
- Serviços em expansão: crédito corporativo, mercado de capitais, private banking e plataformas de investimento digital que sustentam o crescimento dos centros financeiros asiáticos.
Essa rede diversificada e tecnologicamente avançada garante à Ásia uma vantagem estrutural nas finanças globais e reforça a transição do poder econômico para o Oriente.
Hubs asiáticos ganham destaque no mercado financeiro global
Além de Hong Kong e Singapura, outros centros financeiros asiáticos ganharam força em 2025. Seul, Tóquio e Dubai avançaram com estratégias voltadas à tecnologia financeira e ao financiamento verde. O Japão moderniza suas estruturas de governança, enquanto a Coreia do Sul investe em hubs digitais e programas de incentivo a startups fintech. Tóquio, com 744 pontos, subiu 14 posições em um ano e recuperou protagonismo. Já Dubai reforçou sua presença como elo de capital entre o Oriente Médio e a Ásia. Esses avanços consolidam a economia da Ásia-Pacífico como eixo central do mercado financeiro global.
O futuro dos mercados asiáticos
A consolidação dos centros financeiros asiáticos e o avanço dos bancos de investimentos da região representam uma transformação estrutural na economia global. Hong Kong e Singapura competem em governança e inovação, enquanto a China amplia sua influência por meio de bancos estatais e integração tecnológica. Especialistas preveem que, nos próximos anos, a combinação de ativos bancários e tecnologia digital manterá a Ásia no comando das finanças mundiais. O eixo do capital, antes centrado em Nova York e Londres, desloca-se para o Oriente, redesenhando a geografia do poder financeiro.