A história econômica de São Paulo mostra como o estado passou, em menos de um século, de província periférica a potência nacional. No século XIX, a capital tinha apenas 30 mil habitantes, bem atrás de Belém e do Rio de Janeiro. A virada começou com a resolução de um problema logístico: a criação de pedágios e estradas que conectaram o interior ao Porto de Santos, permitindo o avanço do ciclo do café e o início da transformação paulista.
Com o café expandindo-se e a ferrovia paulista conectando as lavouras ao litoral, São Paulo consolidou sua base econômica. A chegada de imigrantes europeus, principalmente italianos, japoneses e sírios-libaneses, substituiu o trabalho escravizado e formou uma nova classe assalariada. Essa estrutura social foi essencial para o crescimento industrial e para o surgimento de um mercado consumidor que impulsionou a industrialização de São Paulo no início do século XX.
História econômica de São Paulo e o ciclo do café
O auge do café trouxe também poder político. As elites paulistas, ao lado das de Minas Gerais, protagonizaram a República Café com Leite, dominando a política nacional até a Revolução de 1932. A derrota no conflito não impediu São Paulo de reagir: a criação da Universidade de São Paulo (USP), em 1934, simbolizou a aposta na formação intelectual e na pesquisa científica como pilares do novo desenvolvimento. A história econômica de São Paulo também se redefiniu nesse momento, ao substituir o café pela indústria e consolidar um novo modelo de produção.
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Com as políticas de substituição de importações durante o governo Vargas, o parque fabril paulista cresceu rapidamente. Indústrias têxteis, metalúrgicas e alimentícias impulsionaram o desenvolvimento urbano e atraíram milhares de trabalhadores. Nas décadas seguintes, o estado se consolidou como motor da economia paulista, concentrando infraestrutura, capital humano e inovação.
Imigração, indústria e a consolidação como centro financeiro do Brasil
O segundo grande fluxo migratório, desta vez vindo do Nordeste, foi decisivo para sustentar a expansão industrial entre as décadas de 1970 e 1980. Mais de 5 milhões de nordestinos vivem hoje em São Paulo, contribuindo para sua diversidade cultural e para a força de trabalho que moldou o centro financeiro do Brasil. Essa transformação social e econômica tornou a metrópole o principal polo de decisões corporativas e financeiras do país e consolidou a história econômica de São Paulo como referência de desenvolvimento nacional.
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A relevância da história econômica de São Paulo também se comprova nos números mais recentes da economia estadual. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Fundação Seade e a Agência São Paulo de Notícias, o estado segue liderando a geração de riqueza no país:
Dados atualizados — economia do Estado de São Paulo
- População (2025): 46,08 milhões de habitantes (IBGE).
- PIB estadual (2024): R$ 3,5 trilhões, com crescimento de 3,4% em relação a 2023, segundo a Fundação Seade.
- PIB estadual — 1º trimestre de 2025: R$ 878 bilhões, de acordo com a Agência São Paulo de Notícias.
- Participação no PIB nacional (1º tri/2025): cerca de 29% de toda a economia brasileira.
Legado histórico e hegemonia econômica paulista
A história econômica de São Paulo revela que geografia e infraestrutura foram apenas parte do sucesso. Instituições fortes, investimento em educação e visão estratégica permitiram ao estado liderar o país por mais de um século. Mesmo com desigualdades regionais persistentes, São Paulo segue como o maior gerador de riqueza do Brasil e referência de hegemonia econômica e inovação. O percurso da antiga província agrícola à capital financeira brasileira é um dos capítulos mais marcantes da história nacional.