Embora a industrialização brasileira tenha tido origens em estados como Rio de Janeiro, Pernambuco e Bahia, foi em São Paulo que esse setor se desenvolveu. As cidades pioneiras dispunham de matéria-prima, especialmente algodão, e uma população crescente para abastecer o mercado local. Mas era em São Paulo que o destino industrial estava sendo traçado.
A inauguração da jornada paulista nesse ramo remonta a 1872, com a fábrica de tecidos fundada por Diogo Antônio de Barros, um major e veterano da guerra do Paraguai. Inspirado por técnicas europeias, Barros plantou as sementes da revolução industrial paulista.
Até 1895, a cidade ostentava 52 indústrias, predominantemente têxteis, mas também serrarias, fundições e até fábricas de cerveja. A estratégica localização próxima à estrada de ferro Santos-Jundiaí, especialmente no bairro do Brás, era uma clara evidência da influência dos trilhos na escolha dos empresários.
As ferrovias não apenas facilitavam o acesso a matérias-primas do interior, mas também conectavam a produção à capital e ao Porto de Santos, tornando o comércio internacional uma realidade.
Outro protagonista dessa história foi o crescente número de imigrantes. Com experiências industriais em seus países de origem, tornaram-se não só a força de trabalho vital para as indústrias, mas também ávidos consumidores. Em contraste com a elite que privilegiava importações, os trabalhadores imigrantes valorizavam a produção nacional.
Muitos deles, como o italiano Francesco Matarazzo, transformaram-se em magnatas industriais. Em 1933, quase metade das fábricas em São Paulo estava nas mãos de estrangeiros.