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Produção industrial em setembro fica estável, mas emprego recua, relata CNI

A Sondagem Industrial da CNI mostra que a produção industrial em setembro (50,1 pontos) ficou estável, enquanto o emprego recuou. Estoques continuam acima do planejado e a demanda interna segue enfraquecida. Apesar disso, as expectativas de investimento e demanda indicam leve melhora para o fim do ano.
Produção industrial em setembro com estabilidade e redução no emprego, segundo CNI
Relatório da CNI indica estabilidade na produção industrial em setembro e queda no emprego, com estoques acima do planejado e juros altos limitando o ritmo da atividade. (Imagem: PxHere)

A produção industrial em setembro de 2025 (50,1 pontos) ficou praticamente estável, segundo a Sondagem Industrial divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira (20/10). O resultado interrompe dois meses de alta e indica uma pausa no ritmo de recuperação do setor, que ainda enfrenta demanda enfraquecida e juros elevados.

Todavia, o levantamento aponta que o emprego industrial caiu pelo segundo mês consecutivo, com indicador de 48,9 pontos, abaixo da linha de estabilidade. A CNI observa que o resultado “reflete cautela dos empresários diante da desaceleração da demanda”.

O resultado da produção industrial de setembro ocorre em um cenário de custos financeiros altos e estoques acima do planejado, que chegaram a 50,7 pontos, e de queda na confiança da indústria, relatada pela CNI em agosto.

Carga tributária foi um dos principais obstáculos para produção industrial em setembro

Entre os principais obstáculos para a produção industrial em setembro, relatados pelas empresas, estão:

  • Carga tributária: 37,8%
  • Demanda interna insuficiente: 28,8%
  • Juros elevados: 27,3%
  • Utilização da Capacidade Instalada (UCI): 70%, ligeiramente abaixo dos 72% de um ano antes, reforçando sinais de ociosidade.

Sobre as expectativas para os próximos seis meses, o CNI relata:

  • Demanda esperada: 52,5 pontos — leve otimismo.
  • Exportações esperadas: 48,6 pontos — ainda negativas, mas com melhora.
  • Intenção de investimento: 54,8 pontos — apoiada pelo desempenho exportador e custos de energia mais estáveis.

Já a condição financeira das empresas, analisada no relatório, indicou os seguintes números:

  • Situação financeira: 48,9 pontos — estabilidade frágil.
  • Lucro operacional: 43,6 pontos — baixo.
  • Acesso ao crédito: 40,3 pontos — ainda restrito.
  • Custo das matérias-primas: 55,2 pontos — redução de pressão sobre as margens.

Atividade industrial e juros altos

Dessa forma, a CNI associa o comportamento da produção industrial em setembro ao efeito da política monetária contracionista. Desde a reunião do Copom em 17/09, a taxa Selic permanece em 15%, com expectativa de manutenção até o fim do ano.

Em contrapartida, analistas consultados pelo Boletim Focus projetam crescimento do PIB industrial próximo de 2,3% em 2025, abaixo das estimativas do início do semestre, refletindo o peso do crédito caro sobre investimentos.

Sinais mistos para o último trimestre

Embora o retrato da produção industrial de setembro mostre estagnação produtiva, a CNI destaca que as expectativas positivas de demanda e investimento indicam um “ajuste mais suave do ciclo industrial” no fim do ano.

A consolidação dessa melhora, contudo, dependerá do ritmo de queda dos juros e da retomada do consumo interno, ainda limitada pelo endividamento das famílias e pela incerteza econômica global.

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