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Roubo no Louvre expõe mercado negro de joias e deixa França em alerta

O roubo no Louvre em 19/10 levou oito joias da realeza francesa e expôs vulnerabilidades na segurança do museu mais visitado do mundo. As autoridades francesas apuram se o crime foi encomendado por colecionadores ligados ao mercado negro de arte e joalheria, em um caso que mobiliza o governo e reacende o debate sobre o tráfico internacional de obras e metais preciosos.
Roubo no Louvre — fachada do Museu do Louvre em Paris, cenário do roubo de joias reais investigado pelas autoridades francesas.
Fachada iluminada do Museu do Louvre, em Paris, palco do roubo que levou joias da realeza francesa e reacendeu o debate sobre o mercado negro de arte. (Imagem: Wikimedia)

O roubo no Louvre em Paris na manhã de domingo (19/10) chocou o mundo e reabriu o debate sobre o mercado negro da arte e da joalheria. Em apenas sete minutos, um grupo de quatro ladrões levou oito peças da Galeria de Apolo, entre elas colares, tiaras e brincos da realeza francesa avaliados em milhões de euros.

De acordo com o Ministério Público francês, uma das joias roubadas, a coroa da imperatriz Eugênia (cravada com 1.354 diamantes e 56 esmeraldas), foi recuperada perto do Louvre, mas danificada. Porém, as demais peças continuam desaparecidas, entre elas o colar de safiras da rainha Maria Amélia e o conjunto de esmeraldas da imperatriz Maria Luísa. O diamante Régent, avaliado em US$ 60 milhões, permaneceu intacto dentro da galeria.

Roubo no Louvre: milhões de euros em joias roubadas

Entre as peças roubadas do Louvre no último domingo estão:

  • Tiara da Imperatriz Eugênia, esposa de Napoleão III;
  • Colar com oito safiras do Sri Lanka e mais de 600 diamantes da Rainha Maria Amélia;
  • Conjunto de colar e brincos da Imperatriz Maria Luísa, com 32 esmeraldas e 1.138 diamantes;
  • Broche com 2.634 diamantes, pertencente à Imperatriz Eugênia, adquirido pelo Louvre em 2008 por € 6,72 milhões;
  • Colar de pérolas e esmeraldas da Rainha Hortênsia, da coleção das Rainhas Marie-Amélie e Hortense;
  • Relicário em ouro e diamantes, parte da coleção da Rainha Maria Luísa;
  • Par de brincos em safira azul e diamantes, da Imperatriz Eugênia;
  • Adorno de corpete de Eugênia, com diamantes e esmeraldas.

O episódio evidencia como o mercado clandestino de arte tem se sofisticado. Peças históricas são desmontadas e revendidas em fragmentos de pedras e metais preciosos, o que dificulta a recuperação. Em casos semelhantes ao roubo no Louvre, como o roubo de Dresden em 2019, apenas parte das joias foi encontrada.

Crime acende debate na França

O ministro do Interior françês, Laurent Nunez, descreveu o episódio como uma “operação de reconhecimento prévio”. Por sua vez, o presidente Emmanuel Macron classificou o crime como “um ataque a um patrimônio que faz parte da história da França”. Após o roubo, o Louvre permaneceu fechado nesta segunda-feira (20/10), e equipes da Brigade de Répression du Banditisme analisam imagens e amostras de DNA deixadas em um colete amarelo e um cobertor.

Enquanto isso, a promotora de Paris, Laure Beccuau, afirmou que a principal hipótese sobre o crime no Louvre é de roubo sob encomenda, possivelmente ligado a colecionadores privados. Ela não descarta o envolvimento de redes criminosas com histórico de lavagem de dinheiro. “Tudo pode estar ligado ao narcotráfico, dadas as somas envolvidas”, declarou.

A polícia francesa investiga ainda se houve colaboração interna para o roubo, já que os invasores usaram um guindaste acoplado a um caminhão para alcançar uma janela lateral do museu. Trata-se do segundo crime de destaque em museus franceses neste ano.

Tesouros em disputa

Assim, o roubo no Louvre reforça o dilema entre o valor histórico e o valor de mercado da arte. Autoridades francesas, portanto, já discutem novas medidas de rastreabilidade digital de gemas e a criação de um sistema internacional de autenticação.

Por isso, a França tenta agora equilibrar o peso simbólico do Louvre como guardião da cultura universal com a urgência de enfrentar um mercado clandestino global que continua a desafiar fronteiras e governos.

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