O preço do ouro registrou forte correção de queda nesta terça-feira (21/10), encerrando um dos ralis mais intensos da história recente. O metal caiu entre 5,5% e 6,3%, cotado a cerca de US$ 4.082 por onça troy (unidade usada para metais preciosos e equivalente a cerca de 31,1 gramas). A queda ocorre após o ouro alcançar recorde de US$ 4.381,21 no dia anterior. Foi a maior queda no preço do ouro desde 2020, segundo a Reuters.
A queda do ouro resultou da realização de lucros (venda de ações que rapidamente se valorizaram) e da valorização do dólar, que subiu 0,4% no mesmo período. Isso porque o fortalecimento da moeda americana tornou o ouro mais caro para investidores de outras divisas, reduzindo o apelo do ativo de proteção. Analistas também apontam melhora no apetite por risco e expectativa de corte de 0,25 ponto percentual nos juros pelo Federal Reserve (Fed) na próxima semana.
Queda do ouro reflete tensões diminuídas; prata também cai
Segundo Tai Wong, trader independente, “a volatilidade acentuada nas máximas recentes acende sinal de cautela e pode estimular realização de lucros de curto prazo”. A alta histórica do preço do ouro no início do mês, que precedeu a queda atual, foi sustentado por compras de bancos centrais, tensões geopolíticas e apostas em uma política monetária mais branda nos EUA.
Além do ouro, a prata também registrou queda de 8,7%, cotada a US$ 47,89 por onça, no maior declínio desde 2021. Ademais, a paralisação do governo americano também contribuiu para o nervosismo. Afinal, resultou no atraso de relatórios da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC), que mostram o posicionamento de fundos em futuros de metais. Sem esses dados, cresce a incerteza sobre o volume de apostas compradas, o que resultou na queda do ouro.
Dólar e perspectiva global moldam a correção
A expectativa de encontro entre Donald Trump e Xi Jinping, na próxima semana, levou investidores a reduzir posições defensivas. Assim, a queda do ouro reflete um movimento de consolidação que pode se estender até a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA, previsto em 3,1% ao ano, e a decisão do Fed. Estes, portanto, são os fatores que definirão se o recuo atual é apenas pausa técnica ou início de uma nova tendência.