Na terça-feira (07/10), o valor do ouro atingiu alta histórica de US$ 4.000 por onça troy, unidade usada para metais preciosos e equivalente a cerca de 31,1 gramas. A tendência de valorização reflete o temor dos mercados diante de riscos geopolíticos, inflação persistente e incertezas sobre o futuro da política monetária internacional.
Assim, o metal reforça seu papel tradicional de porto seguro em tempos de instabilidade, mesmo com a concorrência do bitcoin.
Por que o valor do ouro atinge alta histórica
Entre os principais fatores que explicam por que o valor do ouro atinge alta histórica estão:
- Conflitos internacionais: tensões entre Rússia e Ucrânia ampliam a procura por ativos seguros.
- Enfraquecimento do dólar: políticas expansionistas dos Estados Unidos aumentam o receio de desvalorização da moeda.
- Mudança esperada nos juros: previsão de que o Federal Reserve reduza as taxas em 2026 diminui o custo de manter ativos sem rendimento.
- Compras de bancos centrais: governos ampliam suas reservas em ouro, o que sustenta a demanda.
- ETFs (Exchange Traded Funds) em alta: os fundos negociados em bolsa registram captações recordes, indicando realocação de capital para o metal.
Nesse cenário, investidores reduzem a exposição a ativos de risco e buscam proteção no ouro, reforçando a tendência de valorização no mercado global.
Riscos e projeções para o mercado do ouro
Apesar do otimismo, analistas alertam para possíveis correções no curto prazo. Segundo especialistas, parte da alta reflete apenas uma reorganização de carteiras diante das incertezas macroeconômicas.
Ainda assim, projeções indicam que o preço do ouro pode chegar a US$ 4.900 por onça até dezembro de 2026. Outras estimativas apontam que o metal deve permanecer acima dos US$ 4.000, sustentado por compras institucionais e juros mais baixos.
Portanto, se essas expectativas se confirmarem, o ouro poderá superar outros ativos tradicionais em rentabilidade, sobretudo num cenário de dólar enfraquecido.
Valor do ouro em alta: impactos para o Brasil e investidores
Para investidores brasileiros, o fato de o valor do ouro atingir alta histórica traz oportunidades e riscos. O metal pode proteger contra inflação e variações cambiais, mas não gera renda.
Com a cotação em dólar, o ganho em reais tende a ser ainda maior. No entanto, apostar apenas no ouro é arriscado: volatilidade, reversões de tendência e decisões de política monetária podem reduzir ganhos rapidamente. Empresas de mineração e mercados emergentes com exposição ao setor aurífero tendem a se beneficiar. Já fundos e investidores sem posição no metal podem usá-lo para diversificar portfólios.
O marco histórico de US$ 4.000 por onça é, portanto, mais que simbólico: sinaliza a busca crescente por ativos tangíveis em meio às turbulências globais.