O bloqueio de verbas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), determinado pelo governo federal na semana passada, levou o órgão a emitir um alerta de risco sobre a continuidade de serviços e o pagamento de benefícios. Em documentos enviados ao Ministério da Previdência Social, o instituto afirma que a falta de recursos pode comprometer a execução de contratos e atrasar a liberação de aposentadorias, pensões e auxílios. O pedido formal inclui reforço orçamentário de R$ 425 milhões, valor considerado necessário para evitar paralisações e inadimplência.
O texto interno, ao qual a reportagem teve acesso, destaca que o bloqueio de verbas do INSS reduziu a capacidade operacional do órgão e limita a emissão de novos empenhos. Além disso, uma portaria do governo retirou R$ 190 milhões de um total de R$ 455 milhões reservados para o processamento de dados ligados ao pagamento de benefícios. Segundo o INSS, essa restrição ameaça diretamente contratos de suporte técnico e atendimento digital.
Contratos e ressarcimento de fraudes
Entre os contratos em risco pelo bloqueio de verbas do INSS está o firmado com os Correios. A empresa pública atende aposentados que sofreram fraudes em suas contas. O acordo prevê o pagamento de R$ 7,90 por atendimento, e sua interrupção pode afetar o ressarcimento de 3 milhões de beneficiários. O governo já devolveu R$ 2,1 bilhões a essas vítimas, após um acordo firmado com o Tribunal de Contas da União (TCU). O INSS argumenta que o bloqueio pode atrasar novas devoluções e ampliar o passivo administrativo.
A limitação de movimentação financeira também restringe a contratação de serviços essenciais. Técnicos do órgão afirmam que o bloqueio de verbas do INSS obriga o adiamento de pagamentos em execução e pode gerar pendências contratuais. Além disso, em nota, o instituto advertiu que há risco concreto de suspensão parcial de atividades administrativas e de suporte digital aos segurados.
Governo e controle fiscal
Fontes do Ministério da Previdência Social indicam que o bloqueio de verbas do INSS faz parte do ajuste de fluxo de caixa definido pela equipe econômica. A pasta defende que o contingenciamento é temporário e visa atender ao limite de despesas do Executivo. No entanto, o próprio INSS adverte que o bloqueio ou atraso no repasse de verbas ameaça o cumprimento de metas de atendimento e a regularidade dos pagamentos. O TCU acompanha o caso para evitar que a falta de verbas gere “dívidas sem respaldo orçamentário”.
O governo avalia o pedido de recomposição de R$ 425 milhões, além de R$ 142 milhões para antecipar o limite de movimentação e R$ 217 milhões de suplementação. Segundo técnicos da área fiscal, a liberação depende de decisão da Junta de Execução Orçamentária, que revisa semanalmente os limites de cada ministério.
Próximos passos após bloqueio de verbas INSS
Analistas do setor previdenciário alertam que o bloqueio de verbas do INSS pode ter reflexos amplos sobre a confiança institucional e o fluxo de pagamentos. Caso o impasse se prolongue, há risco de atrasos na folha de benefícios e impacto sobre o consumo de famílias dependentes da renda previdenciária.
O reforço de recursos é visto como essencial para preservar a credibilidade do sistema e garantir estabilidade nas transferências. Além disso, a recomposição orçamentária deve ser tratada como prioridade fiscal nas próximas semanas. Isso sob acompanhamento direto do Ministério da Fazenda e do TCU.









