Os dados de produção da Petrobras (3T25), referentes ao terceiro trimestre de 2025, divulgados na última sexta-feira (24/10) trouxeram novo recorde operacional para a estatal. São 3,1 milhões de barris de óleo equivalente por dia, alta de 7,6% em relação ao trimestre anterior e 16,9% frente ao mesmo período de 2024. O desempenho, impulsionado pela entrada em plena capacidade do FPSO Almirante Tamandaré, reforçou o apetite do mercado por ações da companhia e alimentou projeções de dividendos próximos de US$ 2 bilhões.
O avanço operacional foi sustentado pelo pré-sal, motor de expansão da empresa, e pelo alto nível de utilização das refinarias, que atingiu 94% no trimestre. As vendas internas de derivados cresceram 5,3%, com destaque para o diesel S-10, que respondeu por 68% do total comercializado — um recorde histórico. Esse quadro confirma a robustez da produção trimestral da Petrobras e sinaliza margens mais estáveis no refino.
Dados de produção da Petrobras no 3T25 e projeções financeiras
As casas de investimento mantêm leitura amplamente positiva sobre o resultado. Como a Genial Investimentos, que afirmou que a estatal deve superar com folga o guidance anual de 2,9 milhões de barris por dia, enquanto o JPMorgan reforçou que a produtividade do pré-sal segue como o principal vetor de geração de valor.
Já para a XP Investimentos, os números indicam “um novo patamar operacional alcançado em momento favorável, mesmo com o Brent mais fraco”.
Principais projeções apontadas pelo mercado:
- Ebitda: entre US$ 11,4 e US$ 11,6 bilhões;
- Lucro líquido: cerca de US$ 4,4 bilhões;
- Dividendos: entre US$ 2,0 e US$ 2,2 bilhões (yield próximo de 3%);
- Fluxo de caixa ao acionista (FCFE): aproximadamente US$ 2,6 bilhões.
Esses dados de produção da Petrobras, segundo XP e Itaú BBA, sustentam a expectativa de uma performance sólida mesmo em cenário de petróleo menos favorável. O Bradesco BBI reforça que o ciclo atual de alta produtividade tem sustentação técnica e operacional, com impacto direto sobre a distribuição de lucros.
Estratégia no pré-sal e novo ciclo de eficiência
O relatório trimestral da Petrobras mostrou que o aumento da produção nas plataformas de alta capacidade compensou o declínio natural dos campos maduros. O destaque foi o conjunto de FPSOs recém-integrados — Maria Quitéria, Anita Garibaldi, Anna Nery e Alexandre de Gusmão — que ampliam a resiliência do portfólio. Para analistas, o desempenho produtivo da Petrobras comprova o efeito da maturação tecnológica e da gestão integrada entre exploração e refino.
Além da força operacional, a XP reduziu suas premissas para o petróleo Brent a US$ 65 por barril, refletindo um cenário global de maior oferta e tensões comerciais entre EUA e China. Mesmo assim, manteve recomendação de compra para as ações da estatal, com preço-alvo de R$ 37 até 2026, o que representa potencial de valorização de 24% sobre as cotações atuais.
Entre os fatores de sustentação da tese de investimento:
- Pré-sal como vetor de longo prazo de crescimento;
- Eficiência operacional com FPSOs de maior capacidade;
- Custo de extração competitivo e margens estáveis;
- Distribuição de dividendos atrativa em patamar global.
Tendências e impacto do desempenho produtivo da Petrobras
Com os dados de produção da Petrobras no 3T25 já divulgados e o balanço previsto para 06/11, o mercado espera que a estatal consolide um ciclo de resultados sustentados por maior eficiência e distribuição de caixa. A combinação entre capacidade técnica do pré-sal, uso intensivo das refinarias e disciplina financeira deve manter a empresa em posição de destaque entre as majors globais.
Se os preços do Brent permanecerem na faixa dos US$ 65–70, o potencial de retorno ao acionista seguirá elevado. Para analistas, a Petrobras se consolida como referência de produtividade e geração de valor na indústria de energia, apoiada em resultados operacionais consistentes e em estratégia de longo prazo que alia crescimento e remuneração aos investidores.









