O Relatório Focus divulgado hoje, segunda-feira (27/10), mostrou que o mercado reduziu novamente a projeção de inflação para 2025, de 4,70% para 4,56%, a quinta revisão consecutiva de baixa. Os dados divulgados pelo Banco Central do Brasil (BCB), referentes a 24/10, indicam que as expectativas seguem convergindo para o centro da meta, enquanto a taxa Selic permanece em 15% ao ano, sem previsão de cortes no curto prazo.
A tendência de queda do IPCA reflete a combinação de inflação de serviços mais contida e recuo dos preços no atacado, reforçando a percepção de um cenário desinflacionário mais rápido do que o previsto no início do semestre. As projeções detalhadas são as seguintes:
- IPCA 2025: 4,56% (ante 4,70%)
- IPCA 2026: 4,20%
- IPCA 2027: 3,82%
- IPCA 2028: 3,54%
Esses números indicam estabilidade de longo prazo e maior confiança do mercado na política monetária.
Relatório Focus divulgado hoje mostra estabilidade na Selic
A taxa Selic, principal instrumento de política monetária, foi mantida em 15% para 2025, sinalizando que o mercado não espera cortes imediatos. Portanto, as previsões sugerem reduções graduais a partir de 2026, conforme segue:
- 2025: 15,00%
- 2026: 12,25%
- 2027: 10,50%
- 2028: 10,00%
Segundo analistas, o Banco Central deve manter postura conservadora até que a trajetória de preços mostre consolidação.
O relatório Focus também manteve estáveis as projeções para o PIB de 2025, em 2,16%, com estimativa de desaceleração moderada em 2026 (1,78%) antes de nova recuperação até 2,00% em 2028.
- PIB 2025: 2,16%
- PIB 2026: 1,78%
- PIB 2027: 1,83%
- PIB 2028: 2,00%
Enquanto isso, o crescimento, segundo o Focus, deve continuar sustentado por serviços e exportações, enquanto o consumo interno tende a permanecer moderado.
Câmbio e contas externas no radar do Relatório Focus de hoje
De acordo com o relatório Focus lançado hoje, as expectativas para o câmbio também apresentaram leve ajuste: o dólar deve encerrar 2025 em R$ 5,41, abaixo da previsão anterior de R$ 5,45. A trajetória se mantém estável até 2028, com média de R$ 5,50.
- Câmbio 2025: R$ 5,41
- Câmbio 2026–2028: R$ 5,50
Já o saldo da conta corrente piorou, com déficit projetado de US$ 70,8 bilhões neste ano, apesar de um superávit comercial robusto de US$ 61,99 bilhões.
- Conta corrente 2025: –US$ 70,8 bi
- Balança comercial 2025: +US$ 61,99 bi
A dívida líquida do setor público foi estimada em 65,8% do PIB em 2025, devendo alcançar 76% até 2028, o que reforça a necessidade de ajuste fiscal mais consistente.
- Dívida líquida 2025: 65,8% do PIB
- Dívida líquida 2028: 76,0% do PIB
Além disso, para o mercado, o equilíbrio das contas públicas será essencial para garantir sustentabilidade da política monetária e reduzir o custo do crédito.
Tendência fiscal reforça cenário do Focus atualizado
A nova edição do Relatório Focus divulgado hoje pelo BCB reforça que o ciclo de desaceleração inflacionária não é suficiente, por si só. Não para permitir afrouxamento rápido da política monetária. Apesar do avanço gradual do equilíbrio fiscal e do bom desempenho da balança comercial, o déficit em conta corrente e o endividamento crescente exigem prudência nas decisões do Banco Central.
Em termos de perspectiva, o mercado vê 2026 como o início de um novo ciclo de queda da Selic, condicionado à manutenção da disciplina fiscal e à estabilidade cambial. Portanto, caso o ritmo de desaceleração da inflação se confirme, o Brasil poderá entrar em uma fase de juros reais menores e crescimento mais sustentável a partir de 2027.









